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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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(NOGUEIRA FILHO, 1999, p. 34). É, conseqüentemente, este movimento quecontribui para o distanciamento entre corpo e palavra.Nesse contexto, um questionamento é persistente para aqueles quetrabalham e pesquisam sobre a clínica da toxicomania: O que fato constituiria a curapara o toxicômano? Deverá o clínico se posicionar de forma diferente na escuta detoxicômanos? É possível dizer de uma cura, no que tange a essa clínica, oudevemos ocupar a postura da maioria dos grupos de mútua-ajuda quanto à“incurabilidade”?Para as abordagens que mencionamos no início deste capítulo, ou seja, os“tratamentos biológicos” e as abordagens em grupo estariam em questão em suasestratégias terapêuticas: o psicofármaco inibidor do craving proporcionado pelaabstinência do tóxico e medidas comportamentais reguladoras, sustentadas peloprincípio de disciplina, respectivamente. Ambos declaram que o toxicômano, umavez reconhecendo o horror da droga, tanto pelo efeito negativo proporcionado porsua ingestão caso esteja fazendo uso de um antagonista, como através dasconseqüências moralizantes de um comportamento abominável socialmente,conseguirá livrar-se do vício. Tais concepções abrem para mais uma discussãocomum àqueles que trabalham com recuperação, ou seja, a condição de profundadestruição que o sujeito precisaria chegar para dar um passo rumo ao tratamento.Assim, tais abordagens explicariam apenas a situação dos pacientes que chegariama tal condição, como denominado por Sissa (1999) de “prazer negativo”.Concordamos que existam casos em que se faz necessária a abstinênciatotal e, para isso, recorremos às clínicas especializadas, nas quais, dentre outrascoisas, a disciplina será um dos princípios condutores do processo. Todavia, nosquestionamos o que resta como alternativa de tratamento para aqueles que aindaem fase de profunda alienação concebem a droga como razão principal de suaexistência e, por isso, não percebe a necessidade de interrupção?A psicanálise terá como ferramenta o que lhe é própria: o campo dalinguagem (no sentido mais amplo do termo), “sem punir as recaídas e sem gratificaras abstinências” (NOGUEIRA FILHO, 1999, p. 59). Além disso, o que estará em jogoserão questões da subjetividade, o clínico pode contribuir no sentido de tirar otoxicômano do “grupo dos dependentes”, para, a partir daí, poderem ser traçadas as146

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