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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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mais hierárquico, mas disperso numa rede planetária, difusa” (COSTA, 2004, p.162). A sociedade de controle seria marcada pela interpenetração dos espaços, porsua suposta ausência de limites definidos. Assim, o poder deixa de ser hierarquizadopara se tornar horizontalizado e impessoal, o qual ganha mais um atributo com aascendência da tecnologia e dos sistemas de informação. “Nenhuma forma de poderparece ser tão sofisticada quanto aquela que regula os elementos imateriais de umasociedade: informação, conhecimento, comunicação” (COSTA, 2004, p. 163).Diante de uma sociedade onde o poder é disperso, temos a mídia como umdispositivo que estaria desempenhando a função de direcionar o que é bom e o queé ruim, ocupando, assim, o lugar que fora, tradicionalmente, do Estado e da família.Fischer (2002) destaca o poder dos meios de comunicação em nossa sociedadeatual:Mais do que inventar ou produzir um discurso, a mídia reduplicá-lo-ia,porém, sempre a seu modo, na sua linguagem, na sua forma de trataraquilo que “deve” ser visto ou ouvido. Isso quer dizer, então, que elatambém estaria simultaneamente replicando algo e produzindo seu própriodiscurso, sobre a mulher, sobre a criança, sobre o trabalhador [...] (sobre oálcool e as drogas) (2002, p. 86, grifo nosso).De fato, concordamos que os meios de comunicação de massa, com suasestratégias “eficazes”, levam para o mercado não apenas um produto ou serviço,mas uma cultura, uma filosofia. Através dos bens de consumo, são apresentadasformas de viver que passam a ser configuradas como padrões, a ponto de produtossupérfluos tornarem-se vitais para a sobrevivência. Em outras palavras, o mercadoatual sabe como gerar necessidade para que alguns bens de consumo tornem-seessenciais e irresistíveis. Vale ressaltar, ainda, que os produtos que ganhamnotoriedade e evidência não são mais aqueles que se destacam por suaconfiabilidade e durabilidade, e sim, os transitórios e fugazes, aqueles que amanhãjá serão conhecidos como “ultrapassados”, dada à rapidez da evolução tecnológica.No “espírito de consumismo”, atual, evita-se o durável e deseja-se o transitório(BAUMAN, 1998, p. 35). A partir da descrição de tais fenômenos sociais,poderíamos pensar a emergência de três grupos distintos. De antemão, convémafirmarmos que a distinção apresentada é meramente didática, servindo apenaspara identificar os modos de subjetivação constituídos para o enfrentamento da44

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