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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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2001, p. 08). Tal fluidez, que aparentemente indica “leveza”, traz em si outrossignificantes, como, por exemplo, a idéia da água de uma inundação que avassalacom sua força, extravasando, ultrapassando. Os corpos, na atualidade, obedecem aessas mesmas características, pois parecem estar em busca de um extrapolamentodos limites naturais, alterando, assim, a relação com o outro e com o mundo.Parece-nos que tais vivências não se configuram como verdadeiras experiências, jáque não exigem trocas com o outro, reduzindo a uma relação frutífera com assensações imanentes de seu corpo.A esse respeito, vale citar o artigo intitulado A experiência como intervalopara novas visibilidades (MELLO E SOUZA, 2005, p. 65), no qual os autoresretomam dois conceitos importantes abordados por Benjamim (1985) que retrata oenfraquecimento – no sistema capitalista – da experiência, entendida como potênciapara abertura de territórios existenciais mais ricos (Erfahrung), em prol daexperiência vivida (Erlebnis) ou meras vivências psicológicas, como podemosnomear, tendo por conseqüência a produção de modos psicológicosindividualizantes:Erfahrung se situa na interface entre o que é coletivo e o que é singular,entre o que é do conhecimento estabelecido pela tradição e aquele queirrompe, fazendo um furo no que se afigura como perfeitamenteestabelecido. Já a Erlebnis é característica do indivíduo solitário damodernidade, pois, como vimos, os modos de subjetivação próprios docapitalismo privilegiam formas de relação consigo pautadas em modospsicológicos individualizantes, nos quais o coletivo se constitui como meropano de fundo (grifo nosso).O que por um lado é vivido pelo sujeito como fonte de prazer e satisfação naordem do corpo, por outro, tem demonstrado ser fonte de profunda angústia,desamparo e solidão, produtora de modos de subjetivação individualizantes. Nessesentido, podemos afirmar que, o desamparo está entre os grandes responsáveispelas diversas modalidades de sofrimento psíquico, na atualidade.A sociedade contemporânea, por muitos nomeada de sociedade pósmoderna,parece provocar o sentimento de que o real escapa, de que aordem encontra-se às avessas, como que parecendo se dissolver nasucessão de constantes mudanças (BALANDIER, 1997 apud TAKEUTI,2002, p. 15).34

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