25.08.2015 Views

Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CAPÍTULO 5 - REFLETINDO SOBRE A CLÍNICA DA TOXICOMANIANa introdução deste trabalho justificamos uma de nossas motivações emestudar o tema, a partir de comentários escutados de profissionais que trabalhamcom esse tipo de paciente, para os quais: “eles dizem sempre a mesma coisa”.Questionamos, então, se podemos realmente ouvi-los fazendo uso do dispositivoclássico da psicanálise. Com base nos resultados da pesquisa de campo,retornamos a tal questão no intuito de pensarmos a respeito do tratamento dodependente. Nosso interesse é refletir como a clínica psicanalítica pode contribuirdiante dos desafios postos pelo fenômeno da toxicomania.Frente às diversas modalidades de tratamentos oferecidas para areabilitação de dependentes químicos, gostaríamos de destacar duas tendênciasbem difundidas na contemporaneidade. Por um lado, temos os chamados“tratamentos biológicos”, que fundamentam sua prática na psicofarmacologia –perspectiva que tem demandado muito estudo, pesquisa em laboratórios e autilização de técnicas de neuroimagem. Por outro, encontramos uma práticabastante acessível à população de modo geral – são os grupos de auto-ajuda, quenão têm se restringido aos tratamentos de abuso de álcool e drogas. Existem,inclusive, diversos grupos funcionando com o mesmo propósito e a mesma filosofiade ajuda mútua entre pessoas que apresentam outras queixas. São eles: “neuróticosanônimos”, “mulheres que amam demais”, “psicóticos anônimos” e etc. (NOGUEIRAFILHO, 1999). Não podemos negar que há efeitos benéficos tanto para aqueles quepassam a tomar “naltrexona 51 ” para lidar com a dependência por opióides, quantopara os que se vinculam a um grupo de apoio, e ainda para os que buscam a terapiade orientação cognitivo-comportamental, seguindo os parâmetros da entrevistamotivacional, por exemplo. Contudo, para não perdermos o eixo de nossaarticulação, nosso objetivo, neste capítulo, é interrogar a respeito da contribuiçãoque a psicanálise, enquanto teoria e prática, pode oferecer ao campo datoxicomania. E, ainda, queremos, com isso, repensar os próprios conceitos da teoriapsicanalítica que estão abertos a revisões. Nossa postura, enquanto pesquisadoresdo saber flutuante, não será de “provar”, mas de “propor” algumas alternativas de51 Um antagonista opióides.113

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!