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Isabela Arteiro_dissert.pdf - Unicap

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toxicômanos aproxima-se mais da mecânica dos fluidos do que dos sólidos. Ela temmais a ver com as flutuações, turbulências e turbilhões do que com a queda doscorpos sólidos” (1985, p. 13). Além disso, o autor considera, ainda, que natoxicomania o que se apresenta não é uma defesa contra as excitações, mas, aocontrário, uma incorporação contínua das excitações conseguida através do efeitodo tóxico. Ora, estaríamos, então, lidando com um campo primordialmente sensoriale isso atribui diferença ao nosso manejo e escuta. Nesse sentido, a prática clínicatem apontado para a importância de levarmos em consideração o aspectoeconômico, a fim de compreendermos o funcionamento psíquico do toxicômano. Apulsão é um conceito que nos coloca diante de certa fluidez e movimento; algo quepulsa, muda, sempre para novas direções. A toxicomania é considerada, entreoutras, uma clínica que coloca em relevo a questão da intensidade e, por essarazão, o psicanalista precisa estar atento para a repercussão dessa característica nomanejo clínico.Rudge (1998), em seu trabalho intitulado Pulsão e Linguagem: esboço deuma concepção psicanalítica do ato, oferece uma importante contribuição no quetange à função da linguagem na clínica, propondo uma melhor delimitação, relativaaos aspectos da pulsão.Os transtornos econômicos ligados à pulsão não podem ser consideradosdentro de um modelo simples, como o da constância de uma intensidade,que vigorou na teoria do trauma como afeto estrangulado gerando sintomasneuróticos. As forças em conflito devem ser avaliadas em sua magnituderelativa (RUDGE, 1998, p. 28).A nosso ver, a clínica da toxicomania tem incorrido em fracassos quandotende a um excesso no uso da técnica interpretacionista. Muitos analistas se vêemna necessidade de “tapar a brecha” do discurso obtuso, vazio de sentido e muitosingular do toxicômano com uma interpretação pautada na clínica da representação.Essa tendência responde ao “modelo de interpretação” convencionalmenteestabelecido, bem como, a uma maneira de reduzir a angústia do paciente,oferecendo um significado para sua “doença”. O modelo técnico desenvolvido pelaclínica psicanalítica deu ênfase ao campo das representações, excluindo dimensõescomo o corpo e o afeto, conseqüentemente, deixando de lado o registro das117

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