Texto completo em PDF - Museu da Vida
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defendi<strong>da</strong> no capítulo IV desta dissertação – de que vários gêneros do discurso transitam pelo<br />
campo <strong>da</strong> divulgação científica – mas também para mostrar que além do foco <strong>em</strong> um público<br />
leigo, outra característica fun<strong>da</strong>mental dentre as condições de produção do discurso de<br />
divulgação científica é a formação discursiva <strong>da</strong> equipe de reportag<strong>em</strong> do veículo (que<br />
apresento no capítulo III). O espaço <strong>da</strong>do pela ComCiência, <strong>em</strong> suas pautas, para t<strong>em</strong>as<br />
ligados às Ciência Humanas, como apontamos acima, se deve, <strong>em</strong> grande medi<strong>da</strong>, ao fato de<br />
seu diretor de Re<strong>da</strong>ção ser um lingüista e de trabalhar<strong>em</strong> <strong>em</strong> sua equipe não apenas biólogos e<br />
físicos (ou seja, pesquisadores ligados às Ciências Duras), mas também pessoas oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />
Antropologia, <strong>da</strong> História, <strong>da</strong>s Ciências Sociais e <strong>da</strong> Sociologia (como o editor-chefe <strong>da</strong><br />
revista). E mesmo no caso de edições dedica<strong>da</strong>s às Ciências Duras, essa formação discursiva<br />
<strong>da</strong> direção <strong>da</strong> revista e <strong>da</strong> equipe de reportag<strong>em</strong> também é marcante nas abor<strong>da</strong>gens sociais<br />
<strong>da</strong><strong>da</strong>s aos t<strong>em</strong>as.<br />
Com esse espírito de que é importante não apenas informar o público sobre o<br />
misterioso universo <strong>da</strong> ciência e <strong>da</strong> tecnologia, mas mostrar seus impactos na socie<strong>da</strong>de, para<br />
que o público esteja apto a ter uma participação ativa nas decisões envolvendo C&T,<br />
apresento <strong>em</strong> um “Apêndice”, ao final desta dissertação, um relato de uma experiência<br />
pe<strong>da</strong>gógica que tive com alunos de um cursinho pré-vestibular público e gratuito, na leitura de<br />
textos <strong>da</strong> revista ComCiência. Essa experiência suscita novas questões além <strong>da</strong>s aponta<strong>da</strong>s<br />
nos capítulos anteriores e pode levar a trabalhos futuros envolvendo estudo de recepção ou<br />
uso pe<strong>da</strong>gógico de matérias jornalísticas. Deixo claro, portanto, que tanto a minha experiência<br />
profissional como repórter quanto o meu trabalho acadêmico como pesquisador estão<br />
calcados – ou pelo menos pretendo que estejam – nessa palavra que aparece <strong>em</strong> forma de<br />
trocadilho no nome <strong>da</strong> revista que escolhi como objeto de estudo: consciência. Do meu papel<br />
como divulgador e como pesquisador. Espero estar conseguindo cumprir essa difícil tarefa de<br />
aliar teoria e prática nessa minha concepção de mundo.<br />
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