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Texto completo em PDF - Museu da Vida

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afirma que além <strong>da</strong> formação discursiva, não se pode deixar de considerar o trabalho do<br />

sujeito enunciador que envolve ação sobre a língua na escolha dos efeitos de sentido que ele<br />

quer produzir. Esse autor destaca o trabalho de escolha do sujeito ao tratar <strong>da</strong> noção de estilo.<br />

Sobre essa questão, BAKHTIN (1997, p. 283), considerado precursor <strong>da</strong> AD, diz que “o estilo<br />

está indissoluvelmente ligado ao enunciado e a formas típicas de enunciados, isto é, aos<br />

gêneros do discurso”.<br />

POSSENTI critica as teorias lingüísticas que tratam o estilo como desvio <strong>da</strong> norma (ou<br />

<strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de padrão <strong>da</strong> língua), e defende que o estilo seja tratado como escolhas lexicais<br />

ou sintáticas que ca<strong>da</strong> locutor faz <strong>em</strong> sua enunciação, deixando a marca <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong>de no<br />

discurso. Segundo ele (1988, p. 188), “os falantes têm a sua disposição um conhecimento<br />

lingüístico diversificado ... e escolh<strong>em</strong> desse repertório as formas que lhes parec<strong>em</strong> adequa<strong>da</strong>s<br />

para realizar o objetivo que têm <strong>em</strong> mente”. Adotando o posicionamento de Possenti, ao<br />

analisar o discurso <strong>da</strong> divulgação científica, Lílian ZAMBONI (1997, p. 33) diz que “o<br />

tratamento que se dá à linguag<strong>em</strong> no processamento <strong>da</strong> divulgação resulta de um ver<strong>da</strong>deiro<br />

trabalho de escolha <strong>da</strong>s formas, ... ligado, com freqüência, à busca do ideal de tornar<br />

compreensível para um público leigo uma linguag<strong>em</strong> que lhe é primitivamente hermética e<br />

inacessível”.<br />

Neste trabalho de pesquisa, a análise do corpus formado por textos de cinco gêneros<br />

do discurso publicados na revista ComCiência é feita sob a luz desses teóricos que segu<strong>em</strong> a<br />

linha francesa <strong>da</strong> Análise do Discurso, além de contar com o apoio de pesquisadores do<br />

campo comunicacional com visão crítica sobre a mídia – colocando-a não como um “espelho”<br />

<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, mas como construtora de sentidos na composição dos recortes que faz <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de. Essa análise que desenvolvo aqui envolve a formação discursiva dos produtores do<br />

discurso de divulgação científica, suas condições de produção e o interdiscurso nele contido.<br />

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