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Texto completo em PDF - Museu da Vida

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de relacionamento que o repórter pode estabelecer com a fala de suas fontes: os verbos<br />

escolhidos para relatá-las. De acordo com MARCUSCHI (1991, p. 77), “os verbos<br />

introdutores de opiniões funcionam como ‘parafraseantes sintéticos’, pois eles resum<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

uma só palavra o sentido geral do discurso a relatar”. Esse autor afirma que<br />

“a s<strong>em</strong>ântica dos verbos introdutores de opiniões não pode ser feita à marg<strong>em</strong><br />

dos contextos de enunciação e fora <strong>da</strong>s condições de produção do discurso<br />

como tal. Isto significa que to<strong>da</strong> informação é produzi<strong>da</strong> dentro de algum<br />

sist<strong>em</strong>a que não se ignora a si próprio, veiculando implicitamente uma<br />

interpretação qualquer” (MARCUSCHI, id<strong>em</strong>, p. 78).<br />

Segundo ele, a interpretação pode ser: explícita, quando há um comentário feito pelo<br />

re<strong>da</strong>tor; implícita, feita pela seleção dos verbos introdutores de opinião ou expressões<br />

equivalentes; ou ain<strong>da</strong> uma interpretação pela seleção do que é informado. Para<br />

MARCUSCHI (id<strong>em</strong>, ibid<strong>em</strong>), “o termo ‘informação’, no caso <strong>da</strong> opinião informa<strong>da</strong>, é<br />

s<strong>em</strong>pre a apresentação de um discurso interpretado”. Vejamos nos fragmentos abaixo alguns<br />

dos verbos selecionados pelas repórteres para relatar a opinião de suas fontes.<br />

(Reportag<strong>em</strong> 1 - Fragmento 5)<br />

[O historiador Andrelino] Campos [<strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Formação de Professores, <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong>de do Estado do Rio de Janeiro] destaca que alguns livros didáticos de<br />

história têm sido mais generosos ao retratar a “história dos vencidos”, mas ressalta<br />

que a maioria, inclusive os livros ligados a sua área – a geografia –, continua a<br />

veicular os fatos sociais de forma depreciativa. (grifos meus)<br />

Os verbos “destacar” e “ressaltar” utilizados pela repórter Susana Dias no texto sobre<br />

o Dia <strong>da</strong> Consciência Negra – e grifados no fragmento acima – são, de acordo com<br />

MARCUSCHI (id<strong>em</strong>, p. 89), verbos indicadores de força do argumento, e é ela, a repórter,<br />

qu<strong>em</strong> dá força ao argumento de sua fonte, o historiador <strong>da</strong> UERJ, através <strong>da</strong> escolha desses<br />

verbos.<br />

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