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Texto completo em PDF - Museu da Vida

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(Resenha 2 - Fragmento 11)<br />

... retorn<strong>em</strong>os à história de David, o pequeno robô, que ao ser ativado para amar, passa<br />

a sonhar – como Pinóquio – <strong>em</strong> se tornar humano para ganhar o amor <strong>da</strong> mãe. (grifo<br />

meu)<br />

No fragmento acima, a autora <strong>da</strong> resenha retoma para o potencial consumidor do<br />

produto cultural resenhado – o filme de Spielberg e Kubrick – um diálogo implícito que essa<br />

obra cin<strong>em</strong>atográfica cont<strong>em</strong>porânea faz com o clássico <strong>da</strong> literatura infantil As Aventuras de<br />

Pinóquio, sobre o boneco de madeira que ganha vi<strong>da</strong> após ser construído pelo mestre Gepeto,<br />

publica<strong>da</strong> pelo italiano Carlo Collodi <strong>em</strong> 1893. Em ambas as histórias, o personag<strong>em</strong> que<br />

adquire vi<strong>da</strong> pelas mãos humanas percebe que ele próprio não é um humano, e luta para se<br />

tornar um s<strong>em</strong>elhante <strong>da</strong>queles que o criaram – <strong>em</strong> todos os aspectos, inclusive o de também<br />

“se constituir um sujeito desejante”.<br />

Os fragmentos <strong>da</strong>s resenhas seleciona<strong>da</strong>s para análise neste capítulo reforçam aspectos<br />

do discurso de divulgação científica já apontados nos capítulos dedicados aos gêneros artigo e<br />

reportag<strong>em</strong>: 1- independent<strong>em</strong>ente do uso ou não <strong>da</strong> 1ª pessoa, há marcas de subjetivi<strong>da</strong>de<br />

nos textos que pod<strong>em</strong> ser encontra<strong>da</strong>s <strong>em</strong> diferentes gra<strong>da</strong>ções, e como foi dito acima, no caso<br />

de gêneros opinativos, como a resenha, a opinião do autor sobre a obra resenha<strong>da</strong> é um<br />

pressuposto e aparece na forma de juízos de valor explicitados; 2- há uma inter-relação entre o<br />

caráter subjetivo e o caráter dialógico dos discursos <strong>em</strong> geral e do discurso jornalístico <strong>em</strong><br />

particular, como é o caso <strong>da</strong> resenha que soma outras “vozes” para reforçar a argumentação<br />

do autor sobre a obra resenha<strong>da</strong> ou que retoma para o leitor as outras “vozes” com as quais o<br />

autor <strong>da</strong> obra resenha<strong>da</strong> dialoga.<br />

Cabe observar que no campo <strong>da</strong> divulgação científica, o gênero resenha t<strong>em</strong> sua<br />

própria singulari<strong>da</strong>de, por se constituir <strong>em</strong> uma metalinguag<strong>em</strong> particular: ele divulga um<br />

produto cultural que faz divulgação científica – ain<strong>da</strong> que esta não seja a finali<strong>da</strong>de principal<br />

de filmes de ficção científica como Inteligência Artificial, de Spielberg e Kubrick, voltados<br />

primordialmente para o entretenimento. O livro de Robert Slennes, por sua vez, também não é<br />

apenas um discurso científico voltado exclusivamente para os seus pares historiadores, já que<br />

a narrativa, segundo o resenhista, é atrativa para o leitor leigo, e portanto, isso também o<br />

caracteriza como uma obra de divulgação científica. E além de divulgar esses produtos<br />

culturais, a própria resenha também não deixa de ser um texto de divulgação científica, já que<br />

diversos aspectos <strong>da</strong>s ciências – historiográficas, antropológicas e educacionais, no caso do<br />

texto de Daniel Chiozzini, ou computacionais, biotecnológicas e psicanalíticas, no caso do<br />

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