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Texto completo em PDF - Museu da Vida

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autores aos quais ele se opõe). Esse caráter dialógico de todo e qualquer discurso, no entanto,<br />

também inclui a sua recepção. De acordo com BAKHTIN (1997, p. 333), “o texto não é um<br />

objeto, sendo por esta razão impossível eliminar ou neutralizar nele a segun<strong>da</strong> consciência, a<br />

consciência de qu<strong>em</strong> toma conhecimento dele”. Tanto no discurso de divulgação científica<br />

quanto no próprio discurso científico “se verifica o papel do leitor (virtual) nas decisões do<br />

autor – no aspecto formal e conteudístico – durante o processo de organização <strong>da</strong>s idéias”<br />

(CORACINI, 1991, p. 73).<br />

Segundo LEIBRUDER (2000, p. 234), para que haja uma efetiva aproximação entre<br />

leitor e texto na divulgação científica, é necessário o uso de um registro lingüístico familiar ao<br />

universo do público ao qual se destina, e as “explicações, ex<strong>em</strong>plificações, comparações,<br />

metáforas, nomeações, além <strong>da</strong> própria escolha lexical e utilização de recursos visuais são<br />

ex<strong>em</strong>plos de el<strong>em</strong>entos di<strong>da</strong>tizantes <strong>em</strong>pregados pelo divulgador no ato de compor o seu<br />

texto”. Os fragmentos abaixo do “Artigo 2” contêm alguns ex<strong>em</strong>plos de explicações sobre o<br />

t<strong>em</strong>a clonag<strong>em</strong> feitas por Beiguelman <strong>em</strong> seu texto.<br />

(Artigo 2 - Fragmento 3)<br />

A palavra clone foi cria<strong>da</strong> <strong>em</strong> Biologia para designar indivíduos que se originam de<br />

outros por reprodução assexua<strong>da</strong>. A clonag<strong>em</strong>, que é o nome que se dá à formação de<br />

clones, é o meio de reprodução mais freqüente e natural dos vegetais inferiores...<br />

O fragmento acima contém duas explicações importantes: a primeira, sobre a forma de<br />

reprodução envolvi<strong>da</strong> na clonag<strong>em</strong> (a reprodução assexua<strong>da</strong>, que não envolve troca de<br />

gametas masculino e f<strong>em</strong>inino); e a segun<strong>da</strong>, já sugeri<strong>da</strong> na primeira frase, ao generalizar o<br />

termo clone para designar “indivíduos” gerados por reprodução assexua<strong>da</strong>, s<strong>em</strong> especificar, a<br />

princípio, se seriam animais ou vegetais. A frase seguinte desse mesmo fragmento deixa claro<br />

que a clonag<strong>em</strong> <strong>em</strong> vegetais é natural. Um ex<strong>em</strong>plo de clonag<strong>em</strong> vegetal é apresentado por<br />

Beiguelman no fragmento abaixo.<br />

(Artigo 2 - Fragmento 4)<br />

Quando um jardineiro obtém mu<strong>da</strong>s de begônia a partir de uma folha ou usa estacas<br />

corta<strong>da</strong>s dos ramos de uma roseira, para conseguir mu<strong>da</strong>s planta<strong>da</strong>s ou enxerta<strong>da</strong>s, ele<br />

está praticando clonag<strong>em</strong>. Aliás, foi dessa prática que surgiu o termo clone, porque,<br />

<strong>em</strong> grego, klón significa estaca.<br />

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