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Texto completo em PDF - Museu da Vida

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(Artigo 2 - Fragmento 9)<br />

Entretanto, assim que essa técnica estiver b<strong>em</strong> padroniza<strong>da</strong> não vejo razões para que,<br />

<strong>em</strong> situações especiais, ela não possa ser aplica<strong>da</strong> à espécie humana... (grifo meu)<br />

No fragmento 9, Beiguelman volta a usar a 1ª pessoa para reiterar que uma vez<br />

supera<strong>da</strong> a restrição aponta<strong>da</strong> acima (no fragmento 8), ou seja, uma vez que os resultados <strong>da</strong>s<br />

experiências com outros mamíferos sejam satisfatórios, não há porque – na sua opinião – não<br />

se aplicar a técnica <strong>da</strong> clonag<strong>em</strong> à espécie humana.<br />

(Artigo 2 - Fragmento 10)<br />

Considero que essa técnica de reprodução assisti<strong>da</strong>, apesar de não estar b<strong>em</strong><br />

estabeleci<strong>da</strong>, longe está de ser considera<strong>da</strong> como uma ameaça à humani<strong>da</strong>de...<br />

(grifo meu)<br />

Beiguelman volta a <strong>da</strong>r a sua opinião pessoal nesse fragmento 10 como uma espécie<br />

de resposta (ou diálogo, cf. BAKTHIN, 1997) a autores que consideram a clonag<strong>em</strong> “uma<br />

ameaça à humani<strong>da</strong>de, como ela é apresenta<strong>da</strong> <strong>em</strong> um número exorbitante de artigos,<br />

entrevistas, pesquisa de opinião nos meios de divulgação de todo o mundo”. Segundo ele,<br />

seria prejudicial se a clonag<strong>em</strong> humana fosse feita <strong>em</strong> larga escala – risco apontado pelos<br />

críticos dessa técnica –, mas para Beiguelman, esse risco não existirá, “porque a maioria dos<br />

indivíduos de nossa espécie prefere o método clássico e agradável de reprodução ... que<br />

requer um hom<strong>em</strong> e uma mulher”.<br />

Conforme já foi sugerido acima (no comentário sobre os fragmentos 1 e 2 do<br />

“Artigo 1”), o uso <strong>da</strong> 1ª pessoa não é a única marca de subjetivi<strong>da</strong>de que pode aparecer <strong>em</strong><br />

um texto, pois através <strong>da</strong> escolha de certos termos, o autor caracteriza seu posicionamento<br />

ideológico diante de determina<strong>da</strong>s questões. Segundo Graça CALDAS (2002, p. 135), “o mito<br />

<strong>da</strong> objetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> informação já foi há muito abandonado”, e na ver<strong>da</strong>de, “o ideal <strong>da</strong><br />

objetivi<strong>da</strong>de é uma utopia persegui<strong>da</strong> mas nunca alcança<strong>da</strong>”. Perseu ABRAMO (2003, p. 39)<br />

considera que existe uma gra<strong>da</strong>ção entre a subjetivi<strong>da</strong>de e a objetivi<strong>da</strong>de, pois “nunca se é<br />

inteiramente subjetivo n<strong>em</strong> totalmente objetivo na relação de apreensão e conhecimento do<br />

real”.<br />

Para BAKHTIN (1997, p. 348), “o enunciado nunca é simples reflexo ou expressão de<br />

algo que lhe preexiste, fora dele, <strong>da</strong>do e pronto”, já que “o enunciado s<strong>em</strong>pre cria algo que,<br />

antes dele, nunca existira, algo novo e irreproduzível, algo que está s<strong>em</strong>pre relacionado com<br />

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