Texto completo em PDF - Museu da Vida
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(Resenha 2 - Fragmento 4)<br />
Interessa-me pensar o filme Inteligência Artificial (2001) de Steven Spielberg e<br />
Stanley Kubrick numa só perspectiva: como signo de um t<strong>em</strong>po marcado por um<br />
discurso tecnocientífico ... cujo funcionamento sustenta a ilusão do hom<strong>em</strong><br />
cont<strong>em</strong>porâneo <strong>em</strong> arvorar-se Deus e alcançar o impossível, intervindo na criação <strong>da</strong><br />
vi<strong>da</strong>. (grifo meu)<br />
Glacy de Roure inicia sua resenha com o fragmento acima, onde já deixa explícita sua<br />
opinião <strong>em</strong> relação ao filme resenhado. Sua formação discursiva, no doutorado <strong>em</strong><br />
Lingüística, é marcante na composição do texto, que classifica o filme de Spielberg e Kubrick<br />
“como signo de um t<strong>em</strong>po marcado por um discurso tecnocientífico”. A ex<strong>em</strong>plo de Bernado<br />
Beiguelman, cujo texto analisamos no capítulo dedicado aos artigos, Glacy de Roure também<br />
se posiciona explicitamente na 1ª pessoa. Trata-se, no entanto, de mera coincidência que<br />
ambos os textos sejam <strong>da</strong> edição dedica<strong>da</strong> ao t<strong>em</strong>a “Clonag<strong>em</strong>”. Conforme já observamos no<br />
capítulo sobre os artigos, esse fato não é suficiente para se supor que t<strong>em</strong>as ligados às<br />
chama<strong>da</strong>s Ciências Duras (como as biológicas) levam os autores de artigo a se posicionar<strong>em</strong><br />
de maneira explícita – talvez t<strong>em</strong>as polêmicos, como “Clonag<strong>em</strong>” e “Brasil Negro” poderiam<br />
levar a esse posicionamento explícito, mas ver<strong>em</strong>os no capítulo IX, dedicado às notícias, que<br />
a toma<strong>da</strong> de posição <strong>em</strong> certas polêmicas pode, muitas vezes, se reduzir ao silêncio. Sobre<br />
esse tipo de “omissão”, Eni ORLANDI (1993, p. 12) postula que “há uma dimensão do<br />
silêncio que r<strong>em</strong>ete ao caráter de incompletude <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong>”, pois “todo dizer é uma relação<br />
fun<strong>da</strong>mental com o não-dizer”. Volt<strong>em</strong>os aos posicionamentos explícitos de Glacy de Roure.<br />
(Resenha 2 - Fragmento 5)<br />
Se no campo <strong>da</strong> inteligência artificial persegue-se a fabricação de máquinas cria<strong>da</strong>s à<br />
imag<strong>em</strong> e s<strong>em</strong>elhança do ser humano, com capaci<strong>da</strong>de de sonhar e amar, guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s as<br />
devi<strong>da</strong>s diferenças, penso que o mesmo acontece com a engenharia genética quando<br />
por meio ... dos projetos de clonag<strong>em</strong> humana, se propõe a criação de um ser feito “à<br />
imag<strong>em</strong> e s<strong>em</strong>elhança” de um humano que se queira “reproduzir”. (grifo meu)<br />
No fragmento acima, a autora <strong>da</strong> resenha volta a se posicionar na 1ª pessoa,<br />
estabelecendo uma relação entre a clonag<strong>em</strong> (t<strong>em</strong>a <strong>da</strong> edição <strong>da</strong> ComCiência <strong>da</strong>quele mês) e a<br />
“fabricação de máquinas cria<strong>da</strong>s à imag<strong>em</strong> e s<strong>em</strong>elhança do ser humano” que é feita no filme<br />
Inteligência Artificial. Sua opinião acerca de ambos os projetos científicos (a clonag<strong>em</strong> e a<br />
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