14.04.2013 Views

Texto completo em PDF - Museu da Vida

Texto completo em PDF - Museu da Vida

Texto completo em PDF - Museu da Vida

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

do sujeito que constrói o texto jornalístico está por trás dos diálogos que aparec<strong>em</strong> nessa<br />

construção.<br />

Relacionando a idéia de dialogismo com a de intertextuali<strong>da</strong>de, Ingedore KOCH<br />

(1984, p. 59) afirma que todo texto é heterogêneo, e “revela uma relação radical de seu<br />

interior com seu exterior; e desse exterior, evident<strong>em</strong>ente, faz<strong>em</strong> parte outros textos que lhe<br />

dão orig<strong>em</strong>, que o predeterminam, com os quais dialoga, que retoma, a que alude, ou a que se<br />

opõe”. Os fragmentos abaixo mostram o tom crítico que a jornalista Mônica Macedo usa para<br />

se reportar ao conteúdo do site <strong>da</strong> Human Cloning Fou<strong>da</strong>tion (HCF), com o qual seu texto<br />

explicitamente dialoga.<br />

(Reportag<strong>em</strong> 2 - Fragmento 3)<br />

A HCF t<strong>em</strong> seu “braço científico” – a Reproductive Cloning Network, cujo porta-voz é<br />

Randolfe H. Wicker, o “primeiro ativista mundial <strong>da</strong> clonag<strong>em</strong> humana” (?!).<br />

Segundo o site, Wicker fundou o primeiro grupo pró-clonag<strong>em</strong> humana (The Clone<br />

Rights United Front), logo depois do anúncio do nascimento <strong>da</strong> ovelha Dolly, <strong>em</strong><br />

fevereiro de 1997. (grifo meu)<br />

Os sinais de interrogação e de exclamação destacados no fragmento acima indicam o<br />

tipo de relação que a reportag<strong>em</strong> de Mônica Macedo estabelece com o texto do site <strong>da</strong> HCF,<br />

ou seja, de espanto ou dúvi<strong>da</strong>. Trata-se de um recurso estilístico com determina<strong>da</strong> intenção<br />

expressiva, pois segundo Sírio POSSENTI (1988, p. 59), “a seleção de um conjunto de<br />

recursos expressivos ao invés de outros t<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre a ver com os efeitos que o locutor quer<br />

provocar”. Essa intertextuali<strong>da</strong>de, presente no diálogo estabelecido entre a reportag<strong>em</strong> e as<br />

informações disponibiliza<strong>da</strong>s pela instituição norte-americana <strong>em</strong> seu site, contém outra<br />

marca de subjetivi<strong>da</strong>de, pois denota um juízo de valor <strong>da</strong> repórter <strong>em</strong> relação à HCF, também<br />

presente no fragmento abaixo.<br />

(Reportag<strong>em</strong> 2 - Fragmento 4)<br />

Embora seja difícil atribuir credibili<strong>da</strong>de ao que é divulgado pelo site <strong>da</strong> HCF, há<br />

muita informação disponível para qu<strong>em</strong> quiser conhecer os manifestos <strong>da</strong><br />

organização. (grifo meu)<br />

A prática jornalística e o acervo lingüístico de qu<strong>em</strong> trabalha com reportag<strong>em</strong> também<br />

oferec<strong>em</strong> uma outra forma – mais sutil e muitas vez não percebi<strong>da</strong>, a princípio, pelo leitor –<br />

55

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!