Texto completo em PDF - Museu da Vida
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fumar são causas de morte, <strong>em</strong> ord<strong>em</strong> de incidência, as doenças cardiovasculares, câncer e doenças respiratórias. A expectativa de vi<strong>da</strong> de<br />
um indivíduo que fuma é 25% menor que a de um não fumante.<br />
As alterações na função cerebral persist<strong>em</strong> por muito t<strong>em</strong>po depois <strong>da</strong> pessoa parar com o uso <strong>da</strong> substância. É a síndrome <strong>da</strong> abstinência. Na<br />
falta <strong>da</strong> droga os dependentes pod<strong>em</strong> apresentar uma série de sintomas. No caso <strong>da</strong> maconha, os principais sintomas são irritabili<strong>da</strong>de,<br />
ansie<strong>da</strong>de, dificul<strong>da</strong>de para dormir, falta de apetite, dor de estômago e depressão. No caso de dependentes de álcool, a abstinência pode<br />
ocasionar desde um tr<strong>em</strong>or nas mãos a náuseas, vômitos e ansie<strong>da</strong>de.<br />
Mu<strong>da</strong>nças difer<strong>em</strong> entre adolescentes<br />
A dependência provoca reações comportamentais diferentes entre os adolescentes. As mu<strong>da</strong>nças de comportamento são mais evidentes nos<br />
meninos. Envolvimento com a polícia, atraso e abandono escolar são mais comuns entre os garotos. Já os sintomas depressivos são mais<br />
freqüentes nas meninas. Pesquisadores do Grea analisaram prontuários de 105 adolescentes de 10 a 17 anos, tratados no Instituto de<br />
Psiquiatria do Hospital <strong>da</strong>s Clínicas <strong>da</strong> USP entre 1993 e 2000, constataram que 90% dos meninos têm atraso escolar acima de um ano,<br />
enquanto que nas meninas a porcentag<strong>em</strong> é de 66%. Por causa <strong>da</strong>s drogas, 78% dos meninos abandonaram a escola contra 52% <strong>da</strong>s meninas.<br />
Os meninos e meninas tratados no Instituto de Psiquiatria começaram a usar drogas com a mesma i<strong>da</strong>de (<strong>em</strong> média, aos 12 anos). Não há<br />
diferença entre os gêneros quanto ao tipo de substância consumi<strong>da</strong>. O álcool é consumido por 100% deles, a maconha por 86,7% e a cocaína<br />
por 73,3% <strong>da</strong>s meninas e 64,4% dos meninos. O motivo para o início do uso <strong>da</strong> droga, <strong>em</strong> ambos os sexos, é a curiosi<strong>da</strong>de. Essa foi a razão<br />
aponta<strong>da</strong> por 78,3% dos meninos. O índice entre as meninas sobe para 81,8%.<br />
Uso de álcool na gravidez traz riscos ao bebê<br />
A ingestão de álcool durante a gravidez pode acarretar uma série de probl<strong>em</strong>as na formação do feto. A manifestação mais<br />
severa é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) que causa desde malformações craniofaciais, retar<strong>da</strong>mento no crescimento até a<br />
incapaci<strong>da</strong>de de desenvolvimento mental.<br />
O fato de um grande número de mulheres beber<strong>em</strong> socialmente e a maioria <strong>da</strong>s gestações não ser<strong>em</strong> planeja<strong>da</strong>s aumentam o<br />
risco de ocorrer a SAF. "Pode haver um desconhecimento do estado gestacional nos primeiros meses. Isso implica muitas vezes<br />
na exposição do <strong>em</strong>brião ao etanol, principalmente no período mais crítico e sensível <strong>da</strong> gestação", explica Cristiana Corrêa,<br />
professora <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Ciências Farmacêuticas, <strong>da</strong> Pontifícia Universi<strong>da</strong>de Católica de Campinas.<br />
Geralmente, a incidência <strong>da</strong> SAF oscila entre 0,4 a 3,1 casos por 1000 nascimentos. Entre os filhos de mães alcoolistas estimase<br />
que 30% a 40% dos recém nascidos venham a apresentar a doença. Ain<strong>da</strong> não foi defini<strong>da</strong> a quanti<strong>da</strong>de mínima de álcool<br />
ingeri<strong>da</strong> capaz de afetar o feto.<br />
As maiores conseqüências <strong>da</strong> SAF são: restrição no crescimento, com decréscimo inferior a 10% no peso e no comprimento;<br />
envolvimento do Sist<strong>em</strong>a Nervoso Central, apresentando, entre outros probl<strong>em</strong>as, disfunção comportamental, hiperativi<strong>da</strong>de e<br />
dificul<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação social, e anomalias faciais.<br />
A prevenção <strong>da</strong> SAF, na opinião de Corrêa, só será possível através de um sist<strong>em</strong>a articulado de intervenção terapêutica na mãe<br />
alcoolista, programas educacionais nas comuni<strong>da</strong>des, identificação precoce <strong>da</strong> doença e acompanhamento <strong>da</strong>s crianças afeta<strong>da</strong>s<br />
pela síndrome.<br />
Atualizado <strong>em</strong> 26/09/2002<br />
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Liliane Castelões