Texto completo em PDF - Museu da Vida
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APÊNDICE<br />
Relato de uma experiência pe<strong>da</strong>gógica – idéias para o doutorado<br />
As matérias jornalísticas de divulgação científica, especialmente as que tratam de<br />
saúde, pod<strong>em</strong> adquirir um grande apelo junto ao público leigo quando abor<strong>da</strong>m assuntos<br />
diretamente ligados ao dia-a-dia <strong>da</strong>s pessoas. Uma pesquisa promovi<strong>da</strong> pela Rede Ibero-<br />
Americana de Indicadores de Ciência e Tecnologia, que envolveu a aplicação de um amplo<br />
questionário sobre percepção pública <strong>da</strong> ciência <strong>em</strong> determina<strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Argentina, do<br />
Brasil, <strong>da</strong> Espanha e do Uruguai, mostra que o consumo ocasional de informação científica<br />
<strong>em</strong> televisão atinge mais <strong>da</strong> metade dos entrevistados nesses quatro países, chegando a 81,3%<br />
na Espanha. O consumo ocasional de informação científica <strong>em</strong> revistas especializa<strong>da</strong>s<br />
também supera os 50% <strong>em</strong> três desses países, ficando <strong>em</strong> 44,6% no Uruguai. Porém, essa<br />
mesma pesquisa revela que 80% dos entrevistados na Argentina, 71% no Brasil e 67% na<br />
Espanha se consideram pouco ou na<strong>da</strong> informados no que se refere a ciência e tecnologia<br />
(VOGT & POLINO, 2003, pp. 133, 137 e 139).<br />
Um dos espaços institucionais onde se pode tentar o nivelamento entre o consumo de<br />
informação e a sua efetiva compreensão, e onde é possível transformar <strong>em</strong> conhecimento os<br />
produtos <strong>da</strong> mídia <strong>em</strong> geral consumidos pelo público, e as matérias sobre ciência e tecnologia<br />
<strong>em</strong> particular, é a escola. CALDAS (2002, p. 134) considera a utilização de notícias<br />
veicula<strong>da</strong>s pela mídia no processo de aprendizado escolar uma exigência do mundo moderno,<br />
e afirma que “o aprendizado ci<strong>da</strong>dão, que converte a informação <strong>em</strong> conhecimento, é fruto de<br />
reflexão, não se dá automaticamente pela repetição mecânica <strong>da</strong> informação apreendi<strong>da</strong>, mas<br />
pela informação discuti<strong>da</strong>, contextualiza<strong>da</strong>, repensa<strong>da</strong>, reelabora<strong>da</strong>, reconstruí<strong>da</strong>” (CALDAS,<br />
id<strong>em</strong>, p. 140).<br />
Neste Apêndice, apresento parte de uma experiência pe<strong>da</strong>gógica que desenvolvi, <strong>em</strong><br />
2003, com alunos de um cursinho pré-vestibular público e gratuito de Paulínia (SP), dentro<br />
dessa filosofia de “aprendizado ci<strong>da</strong>dão” que Cal<strong>da</strong>s defende. Essa experiência talvez possa<br />
ser uma espécie de projeto piloto para um eventual estudo de recepção <strong>da</strong> revista ComCiência<br />
<strong>em</strong> um futuro doutorado ou o esboço de um projeto de doutorado voltado para o uso de<br />
produtos de comunicação no processo educacional. Segundo CALDAS (id<strong>em</strong>, p. 141), o<br />
papel <strong>da</strong> escola vai além dos conteúdos programáticos <strong>da</strong>s disciplinas e “passa pela<br />
articulação desse conhecimento com o contexto social <strong>em</strong> que vive o educando para que a<br />
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