Texto completo em PDF - Museu da Vida
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IV, que antecede a análise propriamente dita, para justificar divisão do trabalho <strong>em</strong> gêneros<br />
do discurso distintos.<br />
O corpus de minha análise foi selecionado dentre textos publicados na revista<br />
ComCiência – que será mais detalha<strong>da</strong> no capítulo III quanto a seu público leitor e suas<br />
edições mais acessa<strong>da</strong>s, e cuja linha editorial já foi brev<strong>em</strong>ente menciona<strong>da</strong> acima. A escolha<br />
do veículo vai de encontro ao posicionamento que assumo sobre a diversi<strong>da</strong>de de gêneros que<br />
transitam pela divulgação científica, pois a ComCiência é uma publicação que reúne diversos<br />
gêneros com estruturas composicionais distintas, o que a torna um veículo diferenciado no<br />
campo <strong>da</strong> divulgação científica, além do fato de ser exclusivamente on-line e disponibilizar<br />
acesso gratuito a to<strong>da</strong>s as suas edições já publica<strong>da</strong>s.<br />
Abro aqui um parêntesis para fazer justiça a duas publicações que são referência no<br />
campo <strong>da</strong> divulgação científica, às quais Wilson Bueno, <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de São Paulo, que<br />
estu<strong>da</strong> o jornalismo científico brasileiro há mais de 20 anos, compara a ComCiência: as<br />
revistas Ciência Hoje e Pesquisa Fapesp (ver epígrafe do capítulo III). Essas publicações<br />
também reún<strong>em</strong> diversos gêneros do discurso: a Ciência Hoje, além de artigos de divulgação<br />
escritos por cientistas e de reportagens, notícias e notas escritas por jornalistas, também<br />
apresenta uma entrevista e uma resenha a ca<strong>da</strong> edição mensal; já na Pesquisa Fapesp, há um<br />
predomínio do gênero reportag<strong>em</strong>, e além <strong>da</strong>s notícias e notas, há geralmente uma entrevista<br />
por mês, e eventualmente, também pode aparecer uma resenha e/ou um artigo. A<br />
ComCiência, que possui uma proposta editorial diferente dessas publicações, possui edições<br />
t<strong>em</strong>áticas, com uma média de 8 artigos, 8 reportagens, 2 ou 3 resenhas e 2 ou 3 entrevistas a<br />
ca<strong>da</strong> mês, além de uma seção de notícias atualiza<strong>da</strong> diariamente.<br />
A escolha dos textos para composição do corpus de análise seguiu um certo conjunto<br />
de critérios. O primeiro, definido no exame de qualificação, determinou que seriam escolhi<strong>da</strong>s<br />
duas edições <strong>da</strong> ComCiência entre as mais de 50 disponíveis para acesso: uma dedica<strong>da</strong> ao<br />
que se chama no meio científico de Ciência Dura – ou Hard Science – (podendo ser uma<br />
Ciência Biológica ou uma Ciência Exata), e outra dedica<strong>da</strong> a Ciências Humanas. O segundo<br />
critério <strong>da</strong> seleção foi o número de acessos a ca<strong>da</strong> edição, o que implicou <strong>em</strong> um terceiro<br />
critério, que foi o recorte t<strong>em</strong>poral <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro de 2003, mês com maior número de acessos<br />
à revista antes do meu exame de qualificação. Daí resultou a escolha <strong>da</strong> edição dedica<strong>da</strong> ao<br />
t<strong>em</strong>a “Brasil Negro”, envolvendo Ciências Humanas, que foi a mais acessa<strong>da</strong> naquele mês. A<br />
escolha <strong>da</strong> edição sobre uma Ciência Dura obedeceu a um somatório de critérios: além de<br />
estar entre as mais acessa<strong>da</strong>s de nov<strong>em</strong>bro de 2003, deveria ter pelo menos dois textos de<br />
gêneros distintos entre os mais acessados <strong>da</strong>queles gêneros. Daí resultou a escolha <strong>da</strong> edição<br />
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