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O Riso no Mundo Antigo - NUCLAS

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omperam; a terceira, finamente, de Homero, que assim corrompidas<br />

as recebeu 154 .<br />

No Capítulo Quinto que versa sobre as provas fi losófi cas para a descoberta<br />

do verdadeiro Homero [Pruove Filosofi che per la Discoverta del Vero Omero],<br />

existe uma passagem que diz: a fala heróica se expressava mediante semelhanças,<br />

imagens e comparações. Isto em razão da escassez de gêneros e espécies, que são<br />

necessários para uma defi nição adequada das coisas 155 . Surgem em detrimento de<br />

uma necessidade natural dos povos 156 .<br />

No Capítulo Sexto, sobre as provas fi lológicas, Vico diz que os povos bárbaros<br />

que se conservaram fechados em suas fronteiras sem nenhum contato com<br />

outras nações, a exemplo dos povos germânicos e indígenas america<strong>no</strong>s guardaram<br />

em versos toda a sua história. Outro testemunho forte é o que se encontra <strong>no</strong><br />

Capítulo Segundo da Segunda Seção, que diz que os poemas de Homero devem<br />

ser considerados como testemunhos dos costumes antigos dos gregos. Semelhante<br />

consideração deve ser atribuída às leis das XII Tábuas, testemunhos dos costumes<br />

dos povos do Lácio 157 .<br />

4. Aspectos da Vida Civil<br />

No que diz respeito aos aspectos da vida civil, <strong>no</strong> Capítulo Primeiro, da<br />

Primeira Seção onde Vico trata de uma pretensa sabedoria secreta de que alguns<br />

autores acreditavam ser Homero possuidor, e que ele (Vico) refuta, estão as seguintes<br />

considerações. Que Homero, em verdade, não era douto, mas detinha uma<br />

sabedoria vulgar. Tal sabedoria estava em conformidade com os costumes daqueles<br />

primeiros povos da Grécia. Os sentimentos do autor da Ilíada, de acordo com<br />

o que percebemos na leitura do poema, diz Vico, são totalmente pertinentes aos<br />

sentimentos dos povos gregos em seu estado de barbárie. Estes sentimentos são os<br />

propiciadores da matéria da qual os poetas extraem seus versos. Conforme o autor<br />

explicita nesta passagem:<br />

154 Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, pp. 615-616.<br />

155 Sobre tal questão, ver aqui o que afi rma Burke sobre Vico: “Sendo ele mesmo<br />

um poeta, argumentava que tipos diferentes de poesia, como tipos diferentes de<br />

leis, eram apropriadas a sociedades diferentes e que os homens primitivos eram<br />

necessariamente poetas, porque tinham imaginações fortes, que compensavam a<br />

fraqueza de sua razão” (BURKE, P. Vico. [1985]. Trad. br. Roberto Leal Ferreira,<br />

São Paulo: UNESP, 1997, p. 15.).<br />

156 Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 628.<br />

157 Cf. VICO, Giambattista. Ciência Nova, p. 655.<br />

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