CÚPULA DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE SOBRE ... - Funag
CÚPULA DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE SOBRE ... - Funag
CÚPULA DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE SOBRE ... - Funag
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>CÚPULA</strong> <strong>DA</strong> <strong>AMÉRICA</strong> <strong>LATINA</strong> E <strong>DO</strong> <strong>CARIBE</strong> <strong>SOBRE</strong> INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO - CALC<br />
severa dos últimos 80 anos, desde a grande depressão, e tem o potencial de<br />
ser a pior crise de toda a história, de maneira que estamos diante de um<br />
acontecimento verdadeiramente transcendental.<br />
Estamos falando de crise financeira, mas, no transcurso de 2008, tivemos<br />
uma crise energética e tivemos uma crise alimentar e, nas três crises,<br />
encontramos alterações significativas na natureza do funcionamento do sistema<br />
econômico mundial, ao que devemos prestar atenção para, digamos, poder<br />
enfrentar com êxito os desafios do futuro.<br />
Quando observávamos a crise energética, que nos criou um problema<br />
de pressão inflacionária, igual à crise alimentar, e, agora, em questão de três<br />
meses, em toda a região, passamos a uma situação radicalmente distinta de<br />
recessão, de pressão inflacionária à recessão, em questão de meses, o que<br />
revela a alta volatilidade do sistema econômico mundial e como isso repercute<br />
em nossas nações. Mas quando analisávamos a crise energética e alimentar,<br />
que nos diziam? Em primeiro lugar, que era um problema de oferta e demanda,<br />
que a oferta de petróleo tinha-se reduzido, que não tinha havido suficiente<br />
investimento em refinarias, que China e Índia estavam aumentando sua<br />
demanda, que havia tensões geopolíticas em alguns lugares do mundo,<br />
especialmente na região da Nigéria, e que tudo isso contribuía para o aumento<br />
dos preços do petróleo em escala global.<br />
E cada um desses fatores parece razoável. Pode-se entender que<br />
efetivamente a oferta havia diminuído, que a demanda havia disparado, que<br />
havia conflitos de caráter geopolítico, tensões de outra natureza, etc. Porém,<br />
o que se ocultava sempre era que, ao mesmo tempo, havia uma especulação,<br />
diferente do tipo de especulação historicamente conhecida, que estava<br />
delineando a alta do preço do petróleo e dos alimentos; e nos referimos ao<br />
surgimento da chamada especulação financeira, distinta da especulação física,<br />
tradicionalmente conhecida nos contratos de mercados futuros.<br />
O que ocorreu entre 2004 e 2008 nos indica que houve uma variação<br />
significativa na natureza do sistema capitalista mundial. Em 2004, indicam as<br />
estatísticas, as inversões que haviam sido feitas em contratos futuros de<br />
petróleo alcançavam a cifra de 13 bilhões de dólares. Em 2008, o ano atual,<br />
o volume de investimento em contratos futuros de mercados petrolíferos<br />
alcançou a cifra astronômica de 260 bilhões de dólares. A pergunta seria:<br />
quem estava investindo nesses contratos futuros, no caso do petróleo, mas<br />
também no de alimentos, podemos ver isso no caso do milho, no caso da<br />
soja, no caso do sorgo, etc? Estavam aplicando investidores institucionais<br />
185