CÚPULA DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE SOBRE ... - Funag
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INTERVENÇÕES (VERSÕES EM PORTUGUÊS)<br />
um lugar onde possam tomar decisões os países da América do Sul, da América<br />
Latina e do Caribe.<br />
Nesse sentido, creio que ontem aconteceu uma coisa muito importante,<br />
que é o pronunciamento do Grupo do Rio, pelo qual se afirma que temos que<br />
tender a uma organização na qual estejamos contemplados todos os países<br />
da América Latina e do Caribe. Creio também que a reunião, assim teriam<br />
sido outras 20, valeu bem a pena, por participar de um fato histórico, que foi<br />
o ingresso da irmã República de Cuba no espaço do qual nunca deveria ter<br />
saído.<br />
Assim, saúdo esta iniciativa que tivemos, Presidentes e Presidentas, mas<br />
também ponho sobre a mesa um tema que seguramente deveremos seguir<br />
abordando, que é a construção de um sistema de decisões que nos permita<br />
ser operativos e gerar instrumentos que produzam resultados concretos, pois<br />
é disso que trata a política e é isso ademais o que esperam as sociedades e as<br />
comunidades.<br />
Penso que também foi o propósito desta reunião abordar o tema da<br />
crise e seu impacto, essencialmente nos países emergentes. Eu, diferentemente<br />
de muitos, creio que esta não é uma crise econômica ou financeira; creio que<br />
é uma crise de uma ordem política que também tinha um sistema de decisões<br />
no qual um grupo muito reduzido de países decidia pelo resto do mundo,<br />
paralelamente a todos os organismos multilaterais, políticos, como a ONU e<br />
inclusive o Fundo Monetário Internacional.<br />
Os Senhores sabem que nós, por exemplo, solicitamos em todos os<br />
foros internacionais a reformulação da estrutura financeira do Fundo Monetário<br />
Internacional e também a reformulação dos organismos da ONU. Porém o<br />
certo é que talvez o mais grave seja que existe um mundo onde, embora com<br />
regras que não compartilhamos, há países que as cumprem ou que são<br />
obrigados a cumpri-las, e países que não cumprem sequer tais regras.<br />
Por isso defendia, há muito pouco tempo, que talvez mais grave que<br />
regras ruins, seja viver num mundo onde as regras somente podem ser<br />
respeitadas pelos fracos e violadas talvez pelos países mais poderosos.<br />
É isso que resulta intolerável no mundo, que as regras sejam somente<br />
para alguns. De fato, temos ouvido múltiplas críticas ao Fundo Monetário<br />
Internacional; nós as temos encabeçado em muitíssimas oportunidades, quando<br />
se exigia o superávit, quando se exigia que não se tivesse déficit, mas o certo<br />
é que, por exemplo, essas exigências jamais foram aplicadas à primeira<br />
economia do mundo, que tem a vantagem ademais de ser moeda de reserva,<br />
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