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CÚPULA DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE SOBRE ... - Funag

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INTERVENÇÕES (VERSÕES EM PORTUGUÊS)<br />

Nós não temos possibilidades de poupança. Não porque sejamos<br />

gastadores. Gastamos o básico para sobreviver, nossa gente gasta o básico<br />

para sobreviver, mas sua renda é muito baixa e a única possibilidade de captar<br />

investimento é gerando, na América Latina, as condições para que aqueles<br />

que têm capacidade de poupança, quer dizer, que têm uma receita muito<br />

maior que sua despesa, possam investir aqui e ter rentabilidade nesse<br />

investimento. Por isso é tão importante tornar muito mais amplos nossos<br />

mercados, nossa capacidade de venda e nossa capacidade de captação de<br />

investimentos. Que fazer para ampliar nossos mercados? Primeiro, devemos<br />

aumentar nosso comércio e temos que fazer crescer nosso investimento. Para<br />

que haja investimento e comércio, é necessário que a América Latina ganhe<br />

ou, pelo menos, empate a corrida com a Ásia, em termos de capacidade de<br />

captação de investimentos e de geração de comércio. Para que o ingresso de<br />

capitais se traduza verdadeiramente em investimento, se requer que essa<br />

capacidade de poupança possa ser destinada a uma nação latino-americana<br />

ou do Caribe muito mais competitiva.<br />

Isso não pode acontecer enquanto subsistirem barreiras à integração<br />

econômica e política da América Latina e do Caribe. Quais são essas barreiras?<br />

Primeiro, as barreiras do comércio. Para falar a verdade, não conseguimos<br />

superar os obstáculos que, entre nossos próprios países, estamos erguendo<br />

para que nosso comércio pudesse então ser ilimitado. Nossa capacidade de<br />

compra se restringe, nossa capacidade de venda de produtos se restringe à<br />

medida que não logramos romper essas barreiras ao comércio.<br />

Por isso, nos alegra, por exemplo, o esforço que desde 1991 iniciaram<br />

Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai para gerar o MERCOSUL e, por isso<br />

também, e, pela mesma razão, nos preocupa que ainda não se resolvam<br />

temas fundamentais da própria integração, como o tema da tarifa alfandegária<br />

única e outros. O que dizia Michelle Bachelet, também brilhantemente, que,<br />

de todas as exportações da América Latina e do Caribe, menos de 20% são<br />

para a América Latina e o Caribe. Quer dizer: vendemos tudo para fora, mas<br />

não queremos vender ou comprar entre nós, porque não rompemos a barreira<br />

de nosso próprio comércio e estamos organizando quermesses em que só<br />

vendemos para nossa própria família, que não tem mais capacidade de compra.<br />

Segundo, as barreiras físicas. A América Latina e o Caribe têm uma<br />

distância física enorme. Não conseguimos ligar nossos países nem por estradas,<br />

nem por vias férreas, nem por portos eficientes. Então, precisamos de um<br />

acordo medular para romper essa barreira física, para poder comunicar a<br />

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