CÚPULA DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE SOBRE ... - Funag
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INTERVENÇÕES (VERSÕES EM PORTUGUÊS)<br />
há uma quebra da economia mundial pelo descontrole especulativo que<br />
arrasou, com provavelmente uma dimensão maior, as economias de vários<br />
países.<br />
A mim agradaria muito entrar na discussão do tamanho do buraco deixado<br />
pelos produtos derivados financeiros, os do mercado futuro, fora de<br />
regulamentação, os default swaps, e muitas questões que falam, em poucas<br />
palavras, de um câmbio real da situação econômica de vários países,<br />
começando pela dos Estados Unidos.<br />
Embora me pareça que neste tema, como as leis relativas à energia, que<br />
a energia não se cria nem se destrói, só se transforma, também, efetivamente,<br />
existe na riqueza do mundo uma transladação de valor e, nesse sentido, a<br />
riqueza do mundo nem se criou nem se destruiu, mas simplesmente se<br />
transformou e, quiçá, trocou de mãos e entre as mãos de todos.<br />
Houve, por exemplo, déficit ou desequilíbrios financeiros prolongados<br />
durante muito tempo que geraram uma enorme massa de liquidez que propiciou<br />
que os mercados financeiros entrassem nesse atropelo especulativo, que,<br />
finalmente, quebrou o mundo. Estes excessos ou desequilíbrios permanentes<br />
podem ser desde o superávit comercial artificialmente mantido por meio de<br />
tipos de câmbio também artificialmente manipulados em muitas partes, na<br />
Ásia especialmente; as partes de preços derivados já não só dos mercados<br />
futuros, mas seu impacto nos produtos reais, nas commodities, que também<br />
geraram excedentes. Muitas coisas.<br />
No processo, também houve transferência de recursos. Por exemplo, se<br />
essa enorme bolha especulativa gerou aumentos nos preços do petróleo ou<br />
no de matérias-primas, de commodities, essa transferência de recursos ou de<br />
riqueza também se deu para alguns de nossos países. No nosso caso, de<br />
produtor de petróleo, por exemplo, efetivamente nos vimos beneficiados, em<br />
parte, por essa bolha. Muitos países produtores de matérias-primas, de grãos,<br />
de produtos agrícolas, também viram um registro de ingressos acima do<br />
ordinário, digamos, em alguns meses deste ano, enfim. Mas agora o que<br />
temos é o fim da bolha, a quebra da ficção e os pratos quebrados que temos<br />
de recolher.<br />
Subscrevendo tudo ou grande parte do que disse Leonel e que valeria a<br />
pena aprofundar, não agora, pela questão de tempo que já bem mencionou<br />
Lula, a pergunta fundamental segue sendo a mesma: “bem, o que fazemos<br />
nós, os países da América Latina e do Caribe, para proteger nossas economias<br />
e para, nesta crise global sem precedentes, penso eu, manter o emprego,<br />
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