Da Excepcionalidade às Linhas de Cuidado: O Componente ...
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<strong>Da</strong> excepcionalida<strong>de</strong> <strong>às</strong> linhas <strong>de</strong> cuidado: o <strong>Componente</strong> Especializado da Assistência Farmacêutica<br />
APRESENTAÇÃO SCTIE<br />
Não resta a menor dúvida que a política <strong>de</strong> Assistência Farmacêutica do SUS é<br />
um dos pilares da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Brasil e essa afirmativa po<strong>de</strong> ser avalizada <strong>de</strong><br />
vários ângulos. A começar pelo papel predominante dos medicamentos – por vezes<br />
atingindo patamares <strong>de</strong> um certo “fetichismo” - no processo <strong>de</strong> cuidado à saú<strong>de</strong>. Em<br />
consequência, pelo exponencial aumento <strong>de</strong> recursos humanos, materiais e financeiros<br />
postos à disposição da aquisição, distribuição e organização do acesso aos mesmos.<br />
Num outro ângulo (talvez o mais importante), o dos usuários, pela ampliação <strong>de</strong>sse<br />
acesso observada no país durante os anos do governo do presi<strong>de</strong>nte Lula. Nos últimos<br />
oito anos, gran<strong>de</strong>s contingentes populacionais foram incorporados ao mercado <strong>de</strong> consumo<br />
<strong>de</strong> massas mediante o aumento do emprego formal e dos programas <strong>de</strong> inclusão<br />
social. O <strong>Componente</strong> <strong>de</strong> medicamentos não restou imune a esse notável movimento<br />
<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> social ascen<strong>de</strong>nte. Ainda num outro ângulo, temos que a posição <strong>de</strong><br />
centralida<strong>de</strong> do medicamento no cuidado e a ampliação do acesso aos mesmos foram<br />
acompanhados <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da indústria farmacêutica em nível<br />
mundial e, também, no Brasil. Nosso mercado, que vinha crescendo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />
<strong>de</strong>ste século, aumentou a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005 até hoje. Somos o<br />
nono mercado mundial e sem muita <strong>de</strong>mora chegaremos a ser o oitavo.<br />
Esse é o contexto que envolve o tema <strong>de</strong>sta publicação, que trata do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do <strong>Componente</strong> mais sensível da Política <strong>de</strong> Assistência Farmacêutica. O dos<br />
medicamentos <strong>de</strong> custo mais elevado postos à disposição da população pelo SUS. Digo<br />
o mais sensível porque em seu âmbito é que se estabelece a maior parte das tensões<br />
entre os três pólos ressaltados no parágrafo anterior: o aumento dos gastos, a pressão<br />
da <strong>de</strong>manda e a competição comercial.<br />
Em 2003, os gastos do Ministério da Saú<strong>de</strong> com medicamentos atingiram pouco<br />
menos <strong>de</strong> dois bilhões <strong>de</strong> reais, então correspon<strong>de</strong>ntes a 5,8% do orçamento do Ministério<br />
da Saú<strong>de</strong>. Em 2010, chegamos a cerca <strong>de</strong> R$ 6,5 bilhões, correspon<strong>de</strong>ntes a<br />
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