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Projeto Conceitual de Aeronaves de Transporte

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Posteriormente, o Presi<strong>de</strong>nte brasileiro à época José Sarney assinou com o Presi<strong>de</strong>nte<br />

argentino Raúl Alfonsin um acordo <strong>de</strong> cooperação Brasil-Argentina. A partir daí, a<br />

Fábrica Militar <strong>de</strong> Aviones <strong>de</strong> Córdoba (FAMA) juntou-se à Embraer no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e o avião passou a ser <strong>de</strong>signado CBA-123 (advindo <strong>de</strong> Cooperação<br />

Brasil-Argentina). O CBA-123 (Fig. II.18 e Tabela IIr) também incorporou sistemas<br />

avançados como freio <strong>de</strong> carbono e a fuselagem traseira foi reprojetada assumindo um<br />

formato <strong>de</strong> garrafa <strong>de</strong> ―coca-cola‖ para melhorar a eficiência propulsiva das hélices. O<br />

CBA-123 teria um preço <strong>de</strong> lista <strong>de</strong> US$ 5,5 milhões, o que na época afastou<br />

compradores. O programa do CBA-123 foi encerrado em 1992, após a construção <strong>de</strong><br />

três protótipos. Um <strong>de</strong>les foi restaurado e encontra-se em exibição ao ar livre <strong>de</strong>ntro da<br />

área ocupada pelo Memorial Aerospacial Brasileiro (MAB), em São José dos Campos,<br />

São Paulo, Brasil (Fig. II.8).<br />

Figura II.18 – CBA-123 (à esquerda) e SAAB 2000.<br />

Da mesma forma como ocorreu com a Embraer, a empresa sueca SAAB realizou<br />

estudos <strong>de</strong> mercado e, novamente, os operadores indicaram que <strong>de</strong>sejavam aviões com<br />

maior velocida<strong>de</strong> e conforto para os passageiros. Em 1988, a SAAB iniciou o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do SAAB 2000 (Fig. II.8), um bi-turboélice pressurizado capaz <strong>de</strong><br />

transportar 50 passageiros. O SAAB 2000 voou pela primeira vez em 1992 e entrou em<br />

operação em 1994. O mo<strong>de</strong>lo era capaz <strong>de</strong> cruzar a 665 km/h (370 nós). Para aten<strong>de</strong>r ao<br />

requisito <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> ruído na cabine <strong>de</strong> passageiros (conforto), a SAAB incorporou um<br />

sistema ativo <strong>de</strong> mitigação do ruído <strong>de</strong> fundo, o qual usava microfones e alto-falantes<br />

distribuídos na cabine. O volume <strong>de</strong> vendas do Saab 2000 foi pequeno. O maior<br />

comprador do mo<strong>de</strong>lo foi a Crossair, uma empresa aérea regional, na qual a Swissair<br />

tinha participação <strong>de</strong> 56%. A Crossair adquiriu 34 aeronaves e ainda estava operando-as<br />

em 2005. Devido à <strong>de</strong>manda limitada, a SAAB cessou a produção do SAAB 2000 em<br />

1999. No ano 2000, cinquenta e quarto unida<strong>de</strong>s do SAAB 2000 ainda estavam em<br />

serviço.<br />

Quais foram as razões para o insucesso comercial do CBA-123 e do SAAB 2000? Para<br />

ajudar a respon<strong>de</strong>r esta questão, algumas observações são feitas com bases em<br />

informações constantes em reportagens que saíram em várias revistas especializadas em<br />

aeronáutica e aviação.<br />

a. CBA-123<br />

À Embraer foi prometido que algumas encomendas governamentais por parte da<br />

Argentina e Brasil iriam ocorrer. No entanto, elas não aconteceram e a Embraer se viu<br />

obrigada a recorrer aos bancos privados para continuar com o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

CBA-123. Isto, aliado ao custo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do jato EMB-145 (Fig. II.19)<br />

levaram a empresa a um estado falimentar, tendo que contar com ajuda governamental<br />

para continuar existindo e resultando na privatização no final <strong>de</strong> 1994. No final dos anos<br />

1980, o Brasil passava por uma grave crise financeira e esta foi a razão da Embraer<br />

carecer <strong>de</strong> apoio governamental para o <strong>de</strong>senvolvimento do CBA-123.

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