Projeto Conceitual de Aeronaves de Transporte
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Fairey e SABCA na Bélgica e Shorts no Reino Unido. A montagem final da aeronave<br />
seria realizada em Bremen.<br />
O primeiro dos três protótipos voou em 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1971. O avião tinha uma<br />
configuração não convencional, com os motores M45H montados em pilones acima das<br />
asas. Este arranjo foi utilizado para evitar a penalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior peso estrutural caso os<br />
motores fossem posicionados na fuselagem tarseira e, também, problemas <strong>de</strong> ingestão<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos se os motores fossem acomodados sob as asas. Isto permitiu um trem <strong>de</strong><br />
pouso curto e robusto, especialmente a<strong>de</strong>quado para operações em pistas mal<br />
preparadas.<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento do avião foi lento e <strong>de</strong>morado e os pedidos também custaram a se<br />
materializar, apesar <strong>de</strong> uma forte campanha publicitária. Esta penosa situação foi<br />
piorada pela falência da Rolls-Royce em 1971, o que ameaçou o fornecimento <strong>de</strong><br />
motores. Além disso, o primeiro protótipo foi perdido em 1 o fevereiro <strong>de</strong> 1972, <strong>de</strong>vido<br />
ao surgimento <strong>de</strong> flutter no profundor, prejudicando ainda mais a carteira <strong>de</strong> pedidos.<br />
Por volta <strong>de</strong> fevereiro 1975, apenas <strong>de</strong>z aeronaves havim sido vendidas. O primeiro<br />
exemplar <strong>de</strong> produção do VFW 614 voou em abril <strong>de</strong> 1975 e foi entregue a<br />
dinamarquesa Cimber Air quatro meses <strong>de</strong>pois.<br />
Apenas três companhias aéreas e a Luftwaffe operaram os 614s. O mo<strong>de</strong>lo era propenso<br />
a problemas <strong>de</strong> motor, e era muito caro <strong>de</strong> operar. O programa foi oficialmente<br />
cancelado em 1977, e a última aeronave disponível para venda voou em julho <strong>de</strong> 1978.<br />
A maioria das aeronaves estava inoperante por volta <strong>de</strong> 1981, com o fabricante<br />
comprando <strong>de</strong> volta os exemplares que haviam sido comercializados.<br />
d. ERJ 140<br />
O ERJ 140 (Fig. II.23) também oferece um caso interessante <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> requisitos. A<br />
American Eagle operava o jato <strong>de</strong> 50 assentos ERJ 145 da Embraer. Os pilotos <strong>de</strong> jatos<br />
<strong>de</strong> menor capacida<strong>de</strong> tinham salários consi<strong>de</strong>ravelmente menores do que aqueles que<br />
operavam jatos <strong>de</strong> média e gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>. Em função disso, as associações <strong>de</strong><br />
pilotos, que tinham muito po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha à época, impunham às companhias aéreas<br />
que operavam os jatos regionais uma limitação do número <strong>de</strong> aeronaves que podiam ser<br />
adquiridas, o que ficou conhecido como scope clauses (cláusula compromissória).<br />
Assim, a American Airlines (proprietária da American Eagle), que já havia atingido o<br />
limite <strong>de</strong> operação com aviões com 50 assentos ou mais, solicitou à Embraer o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma versão encurtada do ERJ 145, capaz <strong>de</strong> transportar 44<br />
passageiros. Então, o requisito era o <strong>de</strong> encurtar o ERJ 145 para acomodar 44<br />
passageiros ao invés dos 50 em uma configuração típica. Naturalmente, isto também era<br />
o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> algumas outras companhias aéreas norte-americanas que também estavam<br />
sujeitas à scope clauses com os seus respectivos pilotos.<br />
Antes do ERJ 140, a Embraer <strong>de</strong>senvolveu o ERJ 135 para 37 passageiros. Assim, um<br />
dos protótipos do ERJ 145 (PT-ZJA) foi encurtado em 3,54 m para a campanha <strong>de</strong><br />
certificação do novo mo<strong>de</strong>lo. O ERJ 135 foi certificado pelo FAA em 1999. Neste<br />
mesmo ano, a Embraer anunciou o <strong>de</strong>senvolvimento do ERJ 140 para aten<strong>de</strong>r à<br />
solicitação <strong>de</strong> algumas empresas aéreas como mencionado anteriormente. Novamente, o<br />
PZ-ZJA foi modificado, agora sendo estendido em 2,12 m, ficando com um<br />
comprimento total <strong>de</strong> 28,45 m. O protótipo do ERJ 150 voou pela primeira vez em 27<br />
<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2000. O ERJ 140 entrou em operação em 2001 com a American Eagle. O<br />
posto <strong>de</strong> pilotagem, e, portanto, o painel frontal do ERJ 140, (Fig. I.24) é o mesmo do<br />
seu irmão maior, o ERJ 145.