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Costas - Vol. 1 - Programa EcoPlata

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Os desafios urbanos na zona costeira brasileira frente às mudanças climáticas<br />

gestão da orla. A sua área de abrangência envolve<br />

17 estados costeiros e cerca de 300 municípios defrontantes<br />

(Oliveira, 2011).<br />

A implementação do Projeto Orla na escala local<br />

inicia-se com a adesão municipal, por intermédio<br />

do Órgão Estadual de Meio Ambiente – OEMA e da<br />

Gerência regional do Patrimônio da União – GRPU,<br />

passando pela etapa de capacitação, que envolve<br />

os gestores locais, universidades, sociedade civil<br />

organizada e entidades privadas, culminando com a<br />

estruturação do Plano de Gestão Integrada da Orla<br />

(PGI) que pode envolver a orla municipal como um<br />

todo ou atender às especificidades de setores préselecionados.<br />

Uma vez elaborado, o Plano de Gestão<br />

é legitimado, por meio de audiência pública, de<br />

forma a expressar o consenso local do que se almeja<br />

para a orla do município (Oliveira, 2011).<br />

Segundo o Decreto 5300/04 a orla marítima é a<br />

faixa contida na zona costeira, de largura variável,<br />

compreendendo uma porção marítima e outra terrestre,<br />

caracterizada pela interface entre a terra e o mar<br />

(Figura 2).<br />

Os limites da orla marítima ficam estabelecidos de<br />

acordo com os seguintes critérios (MMA, 2006):<br />

I. marítimo: isóbata de dez metros, profundidade<br />

na qual a ação das ondas passa a sofrer<br />

influência da variabilidade topográfica do fundo<br />

marinho, promovendo o transporte de sedimentos;<br />

II. terrestre: cinqüenta metros em áreas urbanizadas<br />

ou duzentos metros em áreas não urbanizadas,<br />

demarcados na direção do continente<br />

a partir da linha de preamar ou do limite final<br />

de ecossistemas, tais como as caracterizadas<br />

por feições de praias, dunas, áreas de escarpas,<br />

falésias, costões rochosos, restingas,<br />

manguezais, marismas, lagunas, estuários,<br />

canais ou braços de mar, quando existentes,<br />

onde estão situados os terrenos de marinha e<br />

seus acrescidos.<br />

A implementação do Projeto Orla no Brasil se insere<br />

como um dos desafios urbanos na zona costeira<br />

brasileira frente às mudanças climáticas, visto que a<br />

orla é uma das áreas mais densamente ocupadas do<br />

território brasileiro.<br />

Futuro da Questão Urbana costeira no<br />

Brasil<br />

O litoral brasileiro foi povoado num padrão descontínuo,<br />

que conforma um verdadeiro arquipélago demográfico<br />

onde se identificam zonas de adensamento e<br />

núcleos pontuais de assentamento entremeados por<br />

vastas porções não ocupadas pelos colonizadores.<br />

Os conjuntos mais expressivos de ocupação do espaço<br />

litorâneo do Brasil foram formados durante o<br />

período colonial especialmente no Litoral Oriental da<br />

Zona da Mata Nordestina, no Recôncavo Baiano, no<br />

Litoral Fluminense e Litoral Paulista (Moraes, 1999).<br />

A formação territorial brasileira apresenta, portanto,<br />

uma estrutura de eixos bem definidos de ocupação,<br />

os quais, após se consolidarem, extravasam um<br />

processo capilar de povoamento de seus entornos.<br />

Tais eixos, comandados inicialmente pela topografia<br />

e pela rede hidrográfica, têm como característica<br />

comum demandarem a costa, onde, de acordo com<br />

suas potencialidades, animam o crescimento urbano.<br />

Assim, cada localidade costeira insere-se num<br />

sistema de povoamento linear litoral/sertão, sendo<br />

ainda pequenos os circuitos intercosteiros (exceção<br />

feita à navegação de cabotagem) no início da segunda<br />

metade do século XX. Isso fica evidente quando<br />

se constata que, por volta de 1960, era possível<br />

encontrar praias semidesertas num raio de menos<br />

de 100 km de qualquer grande aglomeração urbana<br />

litorânea (MMA, 1996).<br />

Figura 2: Limites do Projeto Orla no Brasil (Fonte MMA, 2006).<br />

<strong>Costas</strong> - <strong>Vol</strong>. 1 - Nº.1 - Julio 2012<br />

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