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Costas - Vol. 1 - Programa EcoPlata

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D. Schuster de Oliveira, M. Asmus e M.V.R. Domingues<br />

O zoneamento é um instrumento do planejamento<br />

urbano e fez seu aparecimento nas primeiras décadas<br />

do século XX, tanto na Europa como nos Estados<br />

Unidos. Deve ser visto como um instrumento<br />

cuja finalidade é auxiliar a formulação de políticas<br />

e estratégias de desenvolvimento a serem implementadas<br />

em um determinado território (Paula &<br />

Souza, 2007). Portanto, existe uma demanda para<br />

que os municípios costeiros elaborem o zoneamento<br />

ecológico-econômico, que, segundo o Decreto 5300<br />

(Brasil, 2004), serve para orientar o processo de ordenamento<br />

territorial, necessário para a obtenção<br />

das condições de sustentabilidade do desenvolvimento<br />

da zona costeira. No plano de zoneamento<br />

são apresentadas as classes de uso do solo, sem<br />

fazer referencia ao tipo de ocupação presente (Gandra,<br />

2008).<br />

Em Rio grande o zoneamento distribui no território<br />

as diferentes possibilidades (ou adequações) de<br />

usos, classificadas em áreas de preservação, conservação<br />

e desenvolvimento, além daquelas áreas<br />

já zoneadas pela legislação incidente em todos os<br />

níveis e sobre as quais não é possível propor novas<br />

formas de uso dentro do presente instrumento.<br />

As denominadas Áreas de Preservação não devem<br />

ser desenvolvidas e correspondem as APPS da Resolução<br />

CONAMA 303/2000 e Código Florestal. As<br />

áreas de conservação devem apenas suportar desenvolvimentos<br />

com cuidados ambientais especiais<br />

e áreas de desenvolvimento poderiam suportar usos<br />

socioeconômicos com cuidados ambientais regulamentares.<br />

Da mesma forma, o zoneamento adota a<br />

classificação das águas do estuário como referencial<br />

para as atividades lá propostas e realizadas (PMRG,<br />

2007).<br />

Rio Grande é um município costeiro assentado em<br />

terrenos planos com a presença de lagoas costeiras<br />

e áreas de banhado. Esta fisiografia exige a utilização<br />

de bombas em seu sistema de drenagem urbana.<br />

O qual tem se mostrado insuficiente em situações<br />

de eventos extremos, que associados a ventos<br />

do quadrante sul, que represam as águas da Lagoa<br />

dos Patos, causando enormes constrangimentos à<br />

população e impossibilitando a mobilidade urbana.<br />

Na tentativa de minimizar estes impactos o poder<br />

público local precisa conciliar sua política ambiental<br />

com seus interesses econômicos.<br />

O presente trabalho pretende mostrar a necessidade<br />

de um planejamento específico para áreas inundáveis<br />

do município, com uma visão da totalidade do<br />

sistema, e assim buscar de forma conjunta a sustentabilidade<br />

ambiental e bem-estar social. Usando o<br />

município do Rio Grande como estudo de caso para<br />

indicar os passivos mais significativos gerados pelo<br />

recebimento de macro projetos de desenvolvimento<br />

atrelados a sua condição de município portuário destacado<br />

na região sul da América do Sul. Da mesma<br />

forma, o trabalho tentou gerar subsídios para uma<br />

adequada política ambiental de ocupação, com possível<br />

aplicação em outros municípios costeiros que<br />

apresentem ambientes similares e intensidade de<br />

crescimento econômico e populacional equivalentes.<br />

2. Área de Estudos:<br />

A área de estudos está compreendida entre as rodovias<br />

ERS 734 e BR 392, estendendo-se até o canal<br />

de captação de água da CORSAN. Nesta área estão<br />

presentes dois arroios que servem de escoadouro<br />

das águas represadas no banhado adjacente formado<br />

sobre os cordões pleistocênicos, além de três<br />

bairros residenciais. Durante a estação de inverno,<br />

seu interior fica alagado causando transtornos para<br />

os moradores dos bairros supracitados. Na figura 2<br />

é mostrada a área de estudo (contorno vermelho),<br />

com a identificação dos arroios existentes (azul), os<br />

bairros presentes (contorno violeta) e os cordões<br />

pleistocênicos (contorno amarelo).<br />

Figura 2: Área de estudos<br />

3. Materiais e Métodos:<br />

Para ter-se uma visão de todo o sistema que envolve<br />

a questão sócio-ambiental do município do Rio<br />

Grande é necessário fazer uma compilação de seu<br />

processo histórico-territorial. Com uma revisão bibliográfica<br />

da gênese do município torna-se claro<br />

seu processo de expansão urbana, e sua espacialização<br />

e quantificação pode ser obtida através de um<br />

SIG. Os mapas gerados pelo SIG mostram-se bons<br />

instrumentos para a correlação da expansão urbana<br />

e a fisiografia do município.<br />

198 <strong>Costas</strong> - <strong>Vol</strong>. 1 - Nº.1 - Julio 2012

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