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Tendiendo Puentes hacia la Interculturalidad Ponencias

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• Podem manifestar-se sob a forma de provérbios e outros ditos popu<strong>la</strong>res que<br />

complementam ou ilustram, por comparação, a linguagem literal. É o caso de<br />

expressões comuns como “Trabalhar é bom para o preto” e muitos ditados 6 , ligados,<br />

uns, à região de proveniência – como “Homem da Beira e besta muar sempre têm<br />

coice para dar” – outros, a algumas particu<strong>la</strong>ridades físicas – “Homem de barba ruiva,<br />

uma faz outra cuida” ou ainda “Homem pequeno fole de veneno”,...<br />

5º- As actividades propostas nos manuais desempenham um papel incontornável na<br />

implementação da educação intercultural, não só pelos conteúdos que veicu<strong>la</strong>m – já<br />

analisados no âmbito do 1.º critério – mas também pelo tipo de práticas que<br />

privilegiam, devendo transmitir, sempre que possível, valores, atitudes e<br />

comportamentos inerentes a uma convivência harmoniosa com a diversidade e<br />

promover, entre todos os alunos, a cooperação e a partilha das suas<br />

vivências/experiências – fundamento de novas aprendizagens –, através de trabalhos<br />

de grupo e de oralidade na sa<strong>la</strong> de au<strong>la</strong>, sem esquecer o contacto realista com<br />

contextos mais a<strong>la</strong>rgados que englobem toda a esco<strong>la</strong>, a comunidade local,...<br />

Na verdade, a educação intercultural deve transmitir-se pe<strong>la</strong> prática, a partir da criação<br />

de contextos e dinâmicas de c<strong>la</strong>sse, de esco<strong>la</strong> ou de comunidade, baseados na antidiscriminação<br />

e no pluralismo cultural, para levar os alunos a adquirir competências<br />

comportamentais interculturais, traduzidas numa real abertura sobre as culturas em<br />

contacto, assente na compreensão e aceitação das diferenças, permitindo a sua maior<br />

participação – de acordo com as situações, necessidades e opções – tanto na cultura<br />

dominante como na(s) minoritária(s) e, portanto, um funcionamento mais harmonioso<br />

da sociedade. Estas metas podem ser atingidas de diferentes modos:<br />

� Através da implementação, na sa<strong>la</strong> de au<strong>la</strong>, de procedimentos que estimulem a<br />

diversificação de interacções e de estratégias de trabalho, de forma a fomentar hábitos<br />

de entreajuda e a incentivar a partilha de culturas, preservando e desenvolvendo a<br />

curiosidade natural, ou seja, o prazer e o desejo de aprender que existe em cada<br />

criança. Estão entre eles (Félix et al., 1998; Sá, 1994):<br />

- A promoção da oralidade, já que “fa<strong>la</strong>r e ouvir fornece a base para a acção” (Harlen,<br />

1992, cit. em Sá, 1994: 68), c<strong>la</strong>rifica e melhora o nível de pensamento; na verdade, o<br />

diálogo – entendido como “an active process of serious continuing discussion which<br />

allows people’s voices to develop and be heard (…) This implies that dialogue is not a<br />

mere technique to achieve some cognitive results; [it] is a means to transform social<br />

re<strong>la</strong>tions in the c<strong>la</strong>ssroom, and to raise awareness about re<strong>la</strong>tions in society at <strong>la</strong>rge.”<br />

(Fernández-Balboa; Marshall, 1994: 173) – permite, por um <strong>la</strong>do, que cada um<br />

explique e defenda os seus pontos de vista, e, por outro, que escute, compreenda e<br />

valorize as ideias, convicções e comportamentos diferentes dos seus, desenvolvendo<br />

simultaneamente a capacidade de ouvir as razões, os interesses e os valores dos<br />

outros, de trocar conhecimentos, de avaliar/reformu<strong>la</strong>r as suas opiniões e crenças, de<br />

abordar os problemas segundo outros ângulos e de resolver conflitos; é, pois,<br />

essencial a realização de trabalhos de índole prática, que apresentem potencialidades<br />

significativas na efectivação do diálogo, pois, a “experiência sugere-nos que a<br />

comunicação é especialmente estimu<strong>la</strong>da quando a criança sente o impulso de<br />

exprimir vivências significativas para si (...) Para muitas crianças, escrever uma<br />

composição sobre o Sol é certamente uma tarefa penosa e de duvidoso sucesso. Mas<br />

fa<strong>la</strong>r de um caracol por e<strong>la</strong>s observado (...) é fa<strong>la</strong>r de uma experiência muito próxima<br />

em que houve efectivo envolvimento pessoal” (Sá, 1994: 25);<br />

- o desenvolvimento do pluralismo crítico, que consiste na criação de uma atitude<br />

cultural de reflexão e de questionamento e na aceitação da discussão racional sobre<br />

qualquer ideia, religião, costume, valor ou conduta para se eliminar toda a forma de<br />

dogmatismo;<br />

- a organização de espaços destinados a discussões sobre assuntos não consensuais<br />

por incluírem, simultaneamente, factos e juízos de valor, de forma a confrontarem-se<br />

direitos e deveres de indivíduos e/ou organizações em situações problemáticas<br />

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