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Tendiendo Puentes hacia la Interculturalidad Ponencias

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sintetizada naquele quadro tem por principal finalidade fornecer uma ideia global da<br />

atenção que os manuais conferem à categoria etnia/cultura, traduzida através da<br />

mancha de zeros (ausência), de + (quando ensina, explícita ou implicitamente, a lidar<br />

com essa vertente da interculturalidade) ou de � (se veicu<strong>la</strong> alguma forma de<br />

distorção). Contudo, para a investigação que desenvolvemos, determinada pe<strong>la</strong><br />

natureza dos objectivos que nos propusemos alcançar, esta descrição, no que respeita<br />

às entradas de cariz qualitativo, reve<strong>la</strong>-se c<strong>la</strong>ramente insuficiente, ao atentar-se<br />

apenas na ocorrência/não ocorrência de cada tema, estabelecendo uma esca<strong>la</strong><br />

simples (tipo bipo<strong>la</strong>r: +/�) para o primeiro caso. Sentimos, portanto, a necessidade de<br />

complementar esses quadros com a explicação dos tópicos que aí figuram, da sua<br />

articu<strong>la</strong>ção com o programa oficial, sempre que possível, e das referências dignas de<br />

registo sob a óptica que nos norteia:<br />

• Proveniência dos destinatários do manual e de suas famílias (Quadro 5-A): o<br />

programa propõe, para o 2.º e 3.º anos, a consideração dos locais de nascimento dos<br />

alunos e a sua nacionalidade; ora, 10 entre os 12 manuais respectivos partem do<br />

princípio, implícita ou explicitamente, de que a criança a que se destinam nasceu em<br />

Portugal. Esta separação entre a cultura maioritária e as dos grupos minoritários<br />

estabelecidos em Portugal é particu<strong>la</strong>rmente manifesta em [3-C, E], o primeiro, ao<br />

afirmar: “Todos esses povos têm costumes e tradições diferentes das nossas, mas<br />

que temos de respeitar. Eles são diferentes, mas são seres humanos que merecem<br />

toda a nossa consideração”; o segundo, ao introduzir uma actividade, nos seguintes<br />

termos: “Perto da tua habitação vivem algumas pessoas de uma pequena minoria?”,<br />

consistindo na comparação entre “a nossa cultura e a cultura dessa minoria”. [2-F] é o<br />

único de todo o corpus que contemp<strong>la</strong> outras realidades, ao apresentar a Monique e o<br />

Silvério, que nasceram em França e em Cabo Verde, respectivamente, perguntando,<br />

depois: “E tu? Em que país nasceste?”; [4-A, D] introduzem uma actividade sobre o<br />

“distrito em que nasceste”.<br />

Quatro dos manuais analisados referem-se também à proveniência da família da<br />

criança, considerando-a [2-A], oriunda de Portugal, contrariamente a [3-D, E], que<br />

permanecem indefinidos, indagando apenas a sua nacionalidade e a [3-F], que admite<br />

a possibilidade de alguns dos acontecimentos relevantes para a família do(a) aluno(a)<br />

– incluindo o nascimento dos seus membros – terem ocorrido fora do País.<br />

• Promoção de valores/atitudes/comportamentos na convivência multi-étnica (Quadro<br />

5-A): [1-C, D, E, F] realçam a igualdade na diversidade, aproveitando a comparação<br />

dos alunos uns com os outros, prevista no programa, e ensinam, de forma mais ou<br />

menos directa, o respeito pe<strong>la</strong> diferença. Entre eles salientamos: o primeiro, pe<strong>la</strong><br />

proposta de várias actividades para mostrar que não é só o nome que nos distingue<br />

mas também particu<strong>la</strong>ridades físicas como a forma dos olhos e das mãos,<br />

características do cabelo, cor da pele, impressões digitais, dando ênfase ao indivíduo,<br />

sem qualquer referência a grupo de origem, étnico, nacional ou outro; o último, quer<br />

pe<strong>la</strong> actividade introduzida por: “Já percebeste que todos somos diferentes”, na qual a<br />

criança deve desenhar, num quadro contornado por representações de meninos do<br />

mundo inteiro, “uma criança como tu, mas que tenha características diferentes”, quer<br />

ainda pe<strong>la</strong>s fotografias de povos com atributos físicos diversos, que permeiam todo o<br />

compêndio. Destacamos também, em [2-D], a asserção: “Os nossos amigos são<br />

diferentes uns dos outros”, apoiada por uma fotografia e uma ilustração representando<br />

grupos multi-étnicos de crianças; aliás, este manual dá particu<strong>la</strong>r realce à amizade<br />

num quadro multi-étnico. Já no 3.º ano, [3-A, C, F] aproveitam a unidade programática<br />

“Outros povos da sua comunidade” (Bloco 2), para ensinar o respeito pe<strong>la</strong>s pessoas<br />

com outras culturas, ou pelos seus costumes e tradições ou mesmo das culturas entre<br />

si; o último desses manuais introduz, na auto-avaliação, entre as competências a<br />

adquirir nesse Bloco: o(a) aluno(a) deve ser capaz de “conviver com pessoas que têm<br />

costumes diferentes dos seus; compreender que, sendo diferentes, somos iguais em<br />

direitos e deveres.”<br />

• Salientamos ainda no Quadro 5-A, os quatro manuais do 4.º ano (4-A, C, D F) que<br />

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