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Tendiendo Puentes hacia la Interculturalidad Ponencias

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costumes e (...) tradições das popu<strong>la</strong>ções” e, em [2-B], uma breve alusão a festas<br />

familiares ligadas às da comunidade local.<br />

- De acordo com o programa oficial, só no 3.º ano os alunos devem ser levados a<br />

tomar consciência da sua identidade nacional. Contudo, [1-C] é já muito incisivo, neste<br />

campo: pretende que, a partir da co<strong>la</strong>gem de uma fotocópia do seu registo de<br />

nascimento, a criança compreenda que pertence a “uma comunidade mais a<strong>la</strong>rgada –<br />

o País”.<br />

Por outro <strong>la</strong>do, este manual, tal como [2-B], parte da apresentação habitual dos<br />

boletins meteorológicos em mapas, para introduzir o reconhecimento das condições<br />

atmosféricas no Continente e Ilhas. Existem outras demonstrações desta preocupação<br />

de inserir os alunos no quadro nacional, nos dois primeiros anos de esco<strong>la</strong>ridade:<br />

actividades baseadas em mapas do Continente e Regiões Autónomas, sobre variados<br />

assuntos, nomeadamente, a consideração da localidade onde vivem, no contexto<br />

a<strong>la</strong>rgado do País; descrição de viagens realizadas com a família, designadamente, [2-<br />

A] que estimu<strong>la</strong> a sua atenção para a cultura de sítios que visite. Estas manifestações<br />

são mais frequentes nos dois últimos anos, onde abundam referências a aspectos<br />

físicos, produções agríco<strong>la</strong>s ou outras e a costumes e tradições de muitas<br />

regiões/localidades portuguesas, seja no texto, seja em fotografias ou em actividades<br />

com objectivos diversos.<br />

- Só no último ano do 1.º CEB o programa apresenta Portugal integrado em contextos<br />

mais vastos. Como mostra o Quadro 5.7, este tópico é cumprido pe<strong>la</strong> grande maioria<br />

dos compêndios para esta faixa etária, aparecendo apenas, e de modo esparso,<br />

algumas alusões no 3.º ano. Todavia, tanto a nível ibérico como europeu ou mundial, é<br />

concretizado essencialmente no contexto da História comum a Portugal e a outros<br />

povos ou da Geografia Física. Mesmo que se atribuam a estes aspectos académicos<br />

uma importância inquestionável, eles não podem substituir a abordagem de outros<br />

temas, mais directamente ligados à realidade cultural. Neste domínio, as referências<br />

mais relevantes dizem respeito ao enquadramento de Portugal na UE, merecendo<br />

especial destaque as encontradas em [3-D, E] sobre os valores que nortearam os<br />

países constituintes a unirem-se entre si (paz, prosperidade). O primeiro destes<br />

manuais apresenta uma resenha histórica desde a criação da UE até aos nossos dias,<br />

que só peca por ter uma apresentação pouco ape<strong>la</strong>tiva para a faixa etária a que se<br />

destina.<br />

Salientamos ainda uma curiosidade apresentada em [4-C] re<strong>la</strong>tiva à “morada de uma<br />

habitante da Terra” no contexto mais amplo do sistema so<strong>la</strong>r: “Nome... Rua... Cidade...<br />

Código Postal... P<strong>la</strong>neta.... Sistema So<strong>la</strong>r”, que interpretámos como tendo implícita<br />

uma mais valia ao nível da supra-nacionalidade.<br />

Passamos, de seguida, à questão n.º 4: Em que medida os manuais adoptam<br />

processos educativos “que se inscrevem num certo multiculturalismo benigno (ou até<br />

num multiculturalismo ‘turístico e folclórico’) e não tanto numa educação intercultural<br />

crítica” (Leite, 2002: 563)?<br />

Pretendemos avaliar, com esta questão, se o corpus analisado confirma ainda alguns<br />

estudos (Hulmes, 1999; May, 1994; Leite, 1995, 2002) que apontam, no que respeita<br />

aos temas abordados no contexto de etnias minoritárias, para uma incidência quase<br />

exclusiva sobre a música, a dança, a gastronomia, hábitos sociais. Apesar de<br />

desempenharem uma função de importância incontestável nas suas identidades, a<br />

influência que detêm no processo de integração ou no estabelecimento de re<strong>la</strong>ções<br />

entre diferentes grupos da sociedade são irrelevantes, podendo mesmo deformar os<br />

respectivos valores culturais. O Quadro 5-A mostra que as referências às culturas<br />

minoritárias existentes quer a nível local, quer nacional, se concentram no 3.º ano, à<br />

excepção somente de [4-B, C]. O aparecimento deste assunto no corpus, praticamente<br />

confinado a um ano de esco<strong>la</strong>ridade e a uma parte da matéria que lhe é destinada,<br />

leva a pensar numa certa forma de marginalização por fragmentação. Por outro <strong>la</strong>do,<br />

as referências a algumas dessas culturas nos manuais do 3.º ano, à excepção de [3-<br />

E], são sempre superficiais, acentuando-se, em [3-A, B, D, F], aspectos que têm a ver<br />

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