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Tendiendo Puentes hacia la Interculturalidad Ponencias

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- Outras ainda, pelo seu próprio conteúdo, implicam consultas bibliográficas, por via<br />

electrónica ou a ajuda de pessoas das re<strong>la</strong>ções próximas da criança, explicitadas ou<br />

não, como as pesquisas sobre costumes e tradições de povos doutros continentes,<br />

sugeridas, explicitamente, em [3-C] ou ainda sobre aspectos físicos doutras regiões do<br />

mundo.<br />

Discussão/Interpretação dos resultados<br />

Começamos por abordar a questão 1: Como é que os manuais esco<strong>la</strong>res de Estudo<br />

do Meio (1.º CEB) lidam e ensinam a lidar, implícita e explicitamente, com as<br />

diferenças dos alunos a que se destinam – provindas das suas origens étnica ou<br />

cultural, da naturalidade (país ou região), da confissão religiosa que professam –,<br />

contribuindo para um desenvolvimento equilibrado das especificidades (físicas,<br />

culturais, sociais) destes e de atitudes positivas/comportamentos integradores por<br />

parte dos restantes?<br />

Os direitos à diferença e à igualdade de oportunidades, que constituem o cerne da<br />

educação intercultural, não podem ser concretizados quando o manual exclui<br />

liminarmente uma parte do público visado – mesmo se for, no cômputo total, pouco<br />

representativo –, pe<strong>la</strong> forma como concebe as actividades sugeridas. Ora, o número<br />

de crianças em idade esco<strong>la</strong>r nascidas fora do território nacional, inicialmente oriundas<br />

dos destinos da emigração portuguesa ou dos PALOP’s, tem tomado, nas últimas<br />

décadas, uma nova dimensão com o aumento da imigração de casais jovens com<br />

crianças pequenas, muitas de<strong>la</strong>s em idade esco<strong>la</strong>r, provenientes, sobretudo, dos<br />

países do Leste Europeu. No entanto, metade dos compêndios estudados pressupõe<br />

que o(a) aluno(a) nasceu em Portugal, com uma patente incidência a nível do 2.º e do<br />

3.º anos – para os quais o programa oficial prevê a consideração dos locais de<br />

nascimento dos alunos e da sua nacionalidade – e ainda do 4.º, na abordagem da<br />

divisão administrativa do País em distritos, também especificada no programa.<br />

Encontrámos apenas em [2-F] a questão directa: “E tu? Em que país nasceste?”,<br />

situando-se no outro extremo [3-C, E], que excluem da Esco<strong>la</strong>, de forma implícita, os<br />

grupos minoritários, o primeiro ao afirmar: “Todos esses povos têm costumes e<br />

tradições diferentes das nossas 11 , mas que temos de respeitar. Eles são diferentes,<br />

mas são seres humanos que merecem toda a nossa consideração” e o segundo, ao<br />

introduzir uma actividade por: “Perto da tua habitação vivem algumas pessoas de uma<br />

pequena minoria?”, propondo, depois, uma comparação entre “a nossa 11 cultura e a<br />

cultura dessa minoria”.<br />

Por outro <strong>la</strong>do, as famílias dos alunos do 1.º CEB constituem, há mais tempo, um<br />

universo heterogéneo quanto às suas proveniências nacionais. Apesar disso, dentre<br />

os quatro manuais que afloram este assunto, só [3-F] contemp<strong>la</strong> abertamente a<br />

possibilidade de alguns dos acontecimentos relevantes para a família do(a) aluno(a) –<br />

incluindo o nascimento dos seus membros – terem ocorrido fora do País; [2-A]<br />

considera-os explicitamente portugueses e os dois restantes, permanecem ambíguos,<br />

perguntando apenas a nacionalidade dos pais.<br />

A consideração da diversidade de costumes, vestígios do passado, factos e datas da<br />

história, construções tradicionais,... a nível nacional, desempenha um papel crucial na<br />

inserção das crianças que provêm de grupos minoritários, no processo de aquisição<br />

do “bilinguismo cultural”. É também indispensável para os alunos oriundos da cultura<br />

maioritária: para além de lhes ensinar a apreciar e a conviver com a riquíssima<br />

diversidade cultural do seu País, a tomada de consciência do seu próprio<br />

etnocentrismo é um passo fulcral no processo de uma efectiva aceitação do ‘outro’.<br />

Todos os manuais do 3.º ano, à excepção de [3-B], exemplificam o “Passado do meio<br />

local”, directa ou indirectamente, considerando várias localidades/regiões do País, com<br />

fotografias a apoiar o texto explicativo, permitindo chamar a atenção, para essa<br />

diversidade existente em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas. Salientamos<br />

ainda um projecto proposto em [4-C] com o objectivo de ensinar as crianças a fa<strong>la</strong>r “a<br />

colegas estrangeiros” sobre a História de Portugal, após investigação e organização<br />

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