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Tendiendo Puentes hacia la Interculturalidad Ponencias

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festas popu<strong>la</strong>res são disso o exemplo mais f<strong>la</strong>grante. Por esta razão, considerámos<br />

apenas como negativas sob o ponto de vista da interculturalidade, as propostas de<br />

tarefas que envolvem os alunos, de forma activa, em questões implicando, directa ou<br />

indirectamente, crenças ou outros aspectos doutrinais inerentes a uma confissão<br />

religiosa, podendo, de alguma forma, colidir com convicções ou com qualquer sistema<br />

ou hierarquia de valores, respeitados no seio da família. Só encontrámos este género<br />

de referências no âmbito da religião dominante. Para além das contabilizadas nos<br />

Quadros 6-A e B, na primeira linha re<strong>la</strong>tiva a esta categoria, registámos ainda uma<br />

manifesta insistência em [2-E], na representação de igrejas; em [4-B], na história do<br />

catolicismo (através de alguns santos), na sua intervenção no “Passado Nacional” e na<br />

sua influência directa na História do País. Portanto, são ainda dez os manuais que<br />

apresentam alguma dificuldade em lidar com esta dimensão sensível da diversidade.<br />

Pelo contrário, encontrámos um único manual, o [4-C], que se refere explicitamente à<br />

existência de diferentes confissões religiosas, quer a propósito do projecto “Conhecer<br />

outras culturas”, quer as que os “Portugueses foram encontrando”, aquando dos<br />

Descobrimentos. As restantes referências são menos relevantes: três reportam-se ao<br />

is<strong>la</strong>mismo; em [2-C; 3-D, F; 4-B], a instituições/organizações religiosas ou locais de<br />

culto, não associados a qualquer confissão em particu<strong>la</strong>r – inserindo, porém, [3-D]<br />

uma fotografia representando um acto de culto da religião dominante – e em [3-C], ao<br />

turismo religioso, embora a ilustração que a acompanha pareça ligada ao culto católico<br />

(cruz). Destacamos [2-B, D] por admitirem que a criança, por qualquer razão, não<br />

comemore o Natal.<br />

Centrámos, até agora, a atenção, fundamentalmente, sobre os conteúdos inerentes à<br />

educação intercultural na dimensão em causa, ou seja, sobre a questão: o que é que<br />

transmitem os manuais, implícita e explicitamente, neste domínio? Contudo, “(...) a<br />

educação intercultural não se pode limitar à inclusão de conteúdos curricu<strong>la</strong>res (...)<br />

pressupõe um método de pensamento, uma postura ideológica (...) processos de<br />

comunicação e de re<strong>la</strong>ção interpessoal que levam à descoberta da alteridade” (Leite,<br />

2002: 568; 569). Faz todo o sentido, por isso, <strong>la</strong>nçarmos agora um olhar mais incisivo<br />

sobre o modo como processam esse ensino ou sugerem que seja processado,<br />

analisando as estratégias que privilegiam nas actividades e os intervenientes ne<strong>la</strong>s<br />

envolvidos, para se averiguar se accionam mecanismos para uma real implementação<br />

de igualdade de oportunidades para todas as crianças – mediante propostas para a<br />

criação de re<strong>la</strong>ções entre os novos conhecimentos que cada uma deve adquirir e as<br />

experiências com que chega à esco<strong>la</strong> – e se fomentam uma genuína cooperação /<br />

comunicação entre todas e<strong>la</strong>s, assente, sempre que possível, na partilha das suas<br />

vivências, indiscutivelmente ligadas às diferenças de que são portadoras. Entramos,<br />

assim, no âmbito da questão 2: Suscitam ou sugerem os manuais processos de<br />

ensino/aprendizagem plurais e interactivos, estruturados em vivências, dentro e fora<br />

do contexto meramente esco<strong>la</strong>r, gerando aprendizagens interculturais?<br />

Sabemos que “a realidade do trabalho com os alunos, a verdadeira adequação das<br />

estratégias e as práticas mais eficazes para promover o sucesso, são os professores e<br />

só eles que as podem criar (...) com o seu esforço, a sua reflexão sobre a prática, a<br />

sua criatividade e o seu profissionalismo” (Roldão, 1995: 77), tanto mais que uma<br />

educação intercultural igual para todos é algo desprovido de nexo. É impossível que<br />

um manual se adeqúe sistematicamente às múltip<strong>la</strong>s realidades que constituem as<br />

turmas que o adoptam. Porém, dada a sua influência sobre as práticas dos docentes e<br />

tendo em conta ainda o seu papel de intermediário por excelência entre a sa<strong>la</strong> de au<strong>la</strong><br />

e a família de cada criança, esperamos que dê expressão às preocupações<br />

precedentes, com base na constituição média da popu<strong>la</strong>ção esco<strong>la</strong>r a que se destina.<br />

Em alguns dos compêndios analisados, encontrámos já, para cada um dos objectivos<br />

que acabamos de referir, manifestações mais ou menos conseguidas, que passamos<br />

a expor:<br />

� A cooperação – ensinada em 15 dos 24 manuais, sob alguma das suas formas<br />

possíveis, como é indicado no Quadro 5-C – pode ser levada à prática no contexto<br />

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