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Tendiendo Puentes hacia la Interculturalidad Ponencias

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de integração individual, seja na turma ou na esco<strong>la</strong>, seja em meios mais vastos. É<br />

essencialmente a esta problemática, estreitamente ligada à anterior, que nos<br />

dedicamos a seguir.<br />

Passamos, agora, à questão n.º 3: Como colmatam os manuais as necessidades da<br />

integração de cada um dos alunos, na realidade local, na realidade nacional – cada<br />

vez mais multiculturais – no espaço europeu comum – em franca expansão – e na<br />

enorme aldeia global que é hoje o mundo?<br />

Como já referimos, os programas dos quatro anos do 1.º CEB partem sempre do<br />

conhecimento do eu para, numa lógica de a<strong>la</strong>rgamento progressivo, ir incorporando,<br />

sucessivamente, a descoberta dos outros: primeiro da família, dos amigos, dos<br />

vizinhos e da esco<strong>la</strong>; em seguida, do meio local e só depois do País e do mundo, e<br />

isto no que respeita ao ambiente no sentido <strong>la</strong>to, tanto social como físico. De uma<br />

forma global, como mostram os Quadros 5-A e B, 7-A e B e o Gráfico 4, os manuais<br />

analisados seguem c<strong>la</strong>ramente esta perspectiva, cumprindo, com profundidade<br />

variável, os assuntos especificados no programa e na ordem aí definida, à excepção<br />

de [1-F; 2-D] e, um pouco menos [1-E; 2-A], que dedicam já uma atenção muito<br />

especial a manifestações da diversidade no mundo, nos âmbitos cultural e físico.<br />

Porém, esta questão centra-se menos nos conteúdos envolvidos, em si mesmos, do<br />

que na forma como são apresentados, prendendo-se mais directamente com o sentido<br />

conferido ao termo integração, que, na óptica deste trabalho, pressupõe a coexistência<br />

de um “certo grau de integridade cultural aceitando-se, no entanto, participar como<br />

parte integrante de um tecido social mais vasto” (Berry, 1998, cit. em Leite, 2002: 165).<br />

- Para além de [1-E, F], os restantes manuais para o 1.º ano restringem o mundo da<br />

criança à sua realidade familiar – mais raramente, às dos colegas de turma –, ao<br />

contexto da sa<strong>la</strong> de au<strong>la</strong> e, muito timidamente à esco<strong>la</strong> onde esta está inserida – que<br />

[1-F] considera como um prolongamento da casa de cada aluno(a) –, mediante,<br />

essencialmente, recolha de informações e conversas com e sobre quem lá trabalha e<br />

apresentação de tarefas à sua e a outras turmas. Salientamos também, em [1-D], uma<br />

actividade que ensina os alunos a p<strong>la</strong>nificar o estudo, acompanhada de uma sugestão<br />

para o(a) professor(a) os apoiar na organização do trabalho. Qualquer acção deste<br />

tipo, contribuindo para a diminuição do insucesso esco<strong>la</strong>r, é fortemente integradora da<br />

criança na esco<strong>la</strong> e, como consequência, na sociedade, como se referiu no Capítulo 1.<br />

As outras actividades envolvendo a esco<strong>la</strong> reportam-se, nos dois últimos anos de<br />

esco<strong>la</strong>ridade, a aspectos de funcionamento ou a debates com todos os alunos.<br />

- Embora [1-D, F] esbocem já tentativas rudimentares para levar a criança ao contacto<br />

com o meio local, é só a partir do 2.º ano que o programa oficial implementa temas<br />

com essa finalidade: o Bloco 2, compreendendo unidades sobre “Instituições e<br />

serviços existentes na comunidade” (2.º ano), sobre “O passado do meio local” (3.º e<br />

4.º anos) – factos e vestígios da história da localidade, costumes e tradições, passado<br />

de instituições locais – e sobre “Outras culturas da sua comunidade” (3.º ano) –<br />

aspectos da cultura dos grupos minoritários que habitam no bairro ou na localidade –<br />

traduz já um esforço para a criação de uma vincu<strong>la</strong>ção local – “local que não é definido<br />

fisicamente, pe<strong>la</strong> pequenez e pe<strong>la</strong> presença face a face, mas é definido pe<strong>la</strong><br />

proximidade re<strong>la</strong>cional, pe<strong>la</strong> dinâmica comunicacional, pe<strong>la</strong> interacção (...) feito de<br />

tradição e de futuro, de raízes e de projectos” (Silva, 1997:48). Os Quadros 5-A e 7-A<br />

e B, e as descrições que os acompanham, reve<strong>la</strong>m as expressões mais relevantes na<br />

abordagem destes assuntos: são 20 os manuais que, aproveitando esta flexibilidade<br />

curricu<strong>la</strong>r, centram a atenção no meio local, propondo recolhas de informações – e<br />

portanto, contacto directo com as popu<strong>la</strong>ções – sobre alguma(s) da(s) vertente(s)<br />

referida(s) atrás ou outras – como [3-B] que considera também o turismo no meio local<br />

há cem anos atrás –, sendo essas actividades complementadas, em alguns deles, por<br />

sugestões de visitas a museus, e, em dois deles, por discussões na sa<strong>la</strong> de au<strong>la</strong> sobre<br />

assuntos de interesse local, cujos resultados devem ser comunicados, posteriormente,<br />

à Junta de Freguesia. Distinguimos ainda, em [2-C], referências ao papel das<br />

associações recreativas e culturais, no desenvolvimento e preservação da “cultura, (...)<br />

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