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para sus propios hijos con amores compartidos

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Ser família - elementos históricos e reflexões <strong>con</strong>temporâneas<br />

A família e sua <strong>con</strong>stituição histórica e social<br />

O modelo de família nuclear burguesa, <strong>con</strong>stituída por pai, mãe<br />

– heterossexuais - e um casal de filhos, <strong>con</strong>figurou nossas culturas, está<br />

presente em nossas instituições e modos de perpetuação e transmissão de<br />

projetos de vida hegemônicos: a educação formal, as religiões, as mídias,<br />

entre outros.<br />

No entanto, essa família tem história, e não representa nem uma<br />

possibilidade natural, nem a única <strong>con</strong>figuração que de fato a<strong>con</strong>tece na<br />

vida e nas diferentes culturas e grupos humanos. Campos (2009) menciona<br />

que as <strong>con</strong>cepções que temos de família nos parecem naturais e entendemos<br />

a família nuclear como o padrão aceitável e correto, des<strong>con</strong>siderando todas<br />

as outras possibilidades e existências de ser família criando, a partir do referencial<br />

aceito, estigmas, pre<strong>con</strong>ceitos e a não garantia de direitos.<br />

Ao se discutir o <strong>con</strong>ceito de família, portanto, entendido como uma<br />

<strong>con</strong>figuração plural e complexa, devemos estudá-la a partir do <strong>con</strong>texto histórico,<br />

cultural, e<strong>con</strong>ômico e social, pois ao longo do tempo esses elementos<br />

<strong>con</strong>stituintes foram modificando o jeito de ser das famílias.<br />

274<br />

Engels (1984) afirma, em sua obra A origem da Família, da Propriedade<br />

Privada e do Estado, que a família é produto do sistema social e<br />

que refletirá o estado de cultura desse sistema; assim sendo, <strong>para</strong> esse autor<br />

a família progride e acompanha as mudanças sociais, transformando-se na<br />

medida em que a sociedade se altera.<br />

Já Horkheimer & Adorno (1973) afirmam que em lugar de uma<br />

única evolução universal de família, há várias formas de família que foram<br />

definidas geograficamente e socialmente e se <strong>con</strong>stituíram independentemente.<br />

Casey (1989) salienta que o estudioso da família deve lembrar-se<br />

de que “está lidando com um <strong>con</strong>ceito, uma criação da mente humana, da<br />

cultura – não com um objeto material” (p.195). E complementa afirmando<br />

que o estudo da família é um meio <strong>para</strong> entendermos a estrutura social,<br />

e<strong>con</strong>ômica e política de uma sociedade em particular e que a pretensão de<br />

alguns de dividir esse tema a partir de uma relação biológica corre o risco<br />

de perder sua complexidade.<br />

Neste capítulo apontamos alguns fatos que afetaram o modo de<br />

ser das famílias no Ocidente, a partir do séc. XVII. Esta escolha justifica-se<br />

porque o modelo dominante de família que vigora atualmente no Brasil e

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