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para sus propios hijos con amores compartidos

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Ser família - elementos históricos e reflexões <strong>con</strong>temporâneas<br />

<strong>para</strong> garantir prosperidade e sobrevivência de um modelo não mais pautado<br />

em uma estrutura de castas, mas na possibilidade de futuro <strong>para</strong> todos – liberté,<br />

égalité, fraternité.<br />

Na Modernidade, os laços familiares estreitam-se, as peculiaridades<br />

da infância começam a ser observadas e a criança torna-se objeto de<br />

amor e de cuidados. Os papéis do homem e da mulher são re<strong>con</strong>figurados a<br />

partir da centralidade da criança, que deixa de ser um adulto incompetente<br />

<strong>para</strong> ser um indivíduo com particularidades e um adulto em potencial, necessitando<br />

assim de um ambiente específico <strong>para</strong> seu desenvolvimento e<br />

aprendizado. (Ariès, 1981; Casey, 1989).<br />

276<br />

O surgimento da infância como categoria social coincide com a<br />

<strong>con</strong>strução de uma intimidade e privacidade antes inexistentes. A família<br />

moderna <strong>con</strong>struiu-se gradualmente como um espaço privado, cujos membros<br />

têm interesse de estarem juntos, de compartilhar a intimidade e afetividade,<br />

estando mais atentos à qualidade de suas relações. Com isso, tudo<br />

o que se refere às crianças e à família torna-se um assunto sério e digno de<br />

atenção. A criança passa a ser o centro da família, que começa a ser responsabilizada<br />

pela sua orientação e saúde, devendo encaminhá-la àqueles que<br />

ministrariam uma educação correta e necessária. Desse modo, as famílias<br />

começam a se diferenciar e se se<strong>para</strong>r de uma sociedade <strong>con</strong>stituída por<br />

vínculos densos e significativos, passando a fortalecer as relações de privacidade<br />

dentro dos lares. (Ariès, 1981; Garcia, 2005; Singly, 2007).<br />

A privatização da vida familiar também ocorre em decorrência do<br />

sistema capitalista. A família foi retirada do espaço e ação públicos, voltando-se<br />

<strong>para</strong> a vida privada, como <strong>con</strong>sequência da afirmação do Estado moderno,<br />

das transformações nas <strong>con</strong>dições de vida e de trabalho. A se<strong>para</strong>ção<br />

progressiva do espaço público e do espaço privado ocorre ao mesmo tempo<br />

em que se observa o crescimento do valor afetivo que rege as relações intrafamiliares.<br />

A Modernidade traz profundas mudanças na organização dos<br />

espaços e domínios, que afetam o papel da família; antes esta era uma organização<br />

social que desenvolvia uma multiplicidade de funções, que ia desde<br />

a gestão do poder à produção e<strong>con</strong>ômica, da reprodução biológica ao <strong>con</strong>sumo.<br />

(Saraceno & Naldini, 2003; Sarti, 1996; Shorter, 1975; Singly, 2007).<br />

Antes da Modernidade, a casa era um espaço em que a<strong>con</strong>teciam a<br />

produção, reprodução e <strong>con</strong>sumo das famílias; com o capitalismo e o crescente<br />

desenvolvimento da e<strong>con</strong>omia de mercado, torna-se nítida a se<strong>para</strong>ção<br />

dos espaços destinados à produção e à reprodução e <strong>con</strong>sumo, havendo<br />

um deslocamento da vida familiar <strong>para</strong> o âmbito privado. A afetividade<br />

moldada pelo capitalismo impôs novos objetivos e reordenou as prioridades

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