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para sus propios hijos con amores compartidos

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Ser família - elementos históricos e reflexões <strong>con</strong>temporâneas<br />

278<br />

O crescimento e<strong>con</strong>ômico alcançado por algumas classes sociais,<br />

ocasionado pelo sistema capitalista, traz outra modificação: liberta as mães<br />

da necessidade primeira de ajudar o marido na oficina ou na fazenda e as<br />

mulheres puderam então dedicar-se mais ao cuidado dos filhos. Antes, era<br />

inoportuno dedicar-se com exclusividade aos cuidados das crianças, pois a<br />

sobrevivência estava em jogo. Deste modo, a melhoria das <strong>con</strong>dições materiais<br />

tornou possível melhores cuidados maternos. Vale salientar que esses<br />

benefícios atingiram primeiramente e de forma mais impactante a classe<br />

média do que o proletariado, devido aos rendimentos elevados que o crescimento<br />

e<strong>con</strong>ômico do capitalismo do séc. XVIII produziu. (Prost, 1992;<br />

Shorter, 1975).<br />

Com a revolução industrial e o capitalismo, inicia-se o processo da<br />

vida privada, o trabalho não a<strong>con</strong>tece mais dentro das casas e com o grupo<br />

familiar; agora os indivíduos saem <strong>para</strong> trabalhar e, com essa nova rotina,<br />

surgem novos hábitos, costumes e necessidades. Se antes, toda a educação<br />

a<strong>con</strong>tecia pelo aprendizado e as crianças eram enviadas <strong>para</strong> outras famílias,<br />

<strong>para</strong> viverem e aprenderem os comportamentos de um cavaleiro ou um<br />

artesão, por exemplo, na Modernidade as crianças não aprendem o ofício<br />

com os pais ou outras famílias, porque estes não trabalham mais em casa;<br />

então, eles têm de aprender uma profissão em um espaço exclusivo, fora do<br />

âmbito doméstico - a escola (Singly, 2007).<br />

A revolução do trabalho traz uma revolução nas relações dentro<br />

da família, as razões de impor esta ou aquela atividade aos filhos deixam<br />

de existir quando o trabalho não a<strong>con</strong>tece mais em casa, a autoridade dos<br />

pais torna-se arbitrária, porque deixa de estar ligada às orientações dadas<br />

aos filhos em relação às tarefas antes indiscutíveis e necessárias. Com o<br />

aparecimento da vida privada e <strong>con</strong>sequentemente com a privatização da<br />

família, esta perde suas funções públicas e passa a ter apenas funções privadas;<br />

com isto, tarefas antes <strong>con</strong>fiadas às famílias passam a ser gradualmente<br />

assumidas por instâncias coletivas, entre elas a educação dos filhos. Prost<br />

(1992), diante desses fatos, comenta que a mudança das funções da família<br />

altera sua natureza; ela deixa de ser uma instituição forte <strong>para</strong> se desinstitucionalizar.<br />

O capitalismo reforçou e <strong>con</strong>solidou o modelo de família nuclear<br />

burguesa, por meio da se<strong>para</strong>ção entre o mundo familiar – privado – e o<br />

mundo do trabalho – público. A divisão social do trabalho reservou ao homem<br />

o espaço público, do trabalho, da fábrica, e à mulher o espaço privado,<br />

da família, dos filhos. Aos homens caberia prover e garantir a segurança e<br />

<strong>con</strong>forto da família. Aos homens cabiam os lugares de decisão, de mando. A

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