josé da silva carvalho - DSpace CEU

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* Maohiavel.—Máximas do grande Machiavel.—Nada mais difficil,
nem de successo mais duvidoso, nem mais perigoso de execntar do
que introduzir em um estado, novamente adquirido, leis novas. Aquelle
que emprehende isto tem por inimigos todos os que se acham bem
com as leis antigás, nao acha senao fracos defensores naquelles a
quem as leis novas sao vantajosas, em parte por medo dos adversarios
a quem a antiga ordem de cousas era útil, e em parte pela incredulidade
dos homens que nao téem a confiança ñas cousas novas senáo
quando ella lhes é trazida por uma larga experiencia.
Grande erro é pensar que, entre as grandes personagens, novos
serviços fazem esquecer antigás offensas.
Nos estados monarchicos, o principe deve ser o chefe do exercito,
se o quizer conservar: nos estados republicanos, um cidadao; mas a
república deve tel-o em tal dependencia que elle nunca possa ultrapassar
suas ordens.
Materias primas.—Sao aquellas que nao foram ainda trabalhadas,
ou sómente trabalhadas para as fazer servir para novas preparaçSes.
(Say, tomo i, pag. 181.)
Ministros.—O talento dos grandes ministros é o desembaraço
nos mais complicados negocios, a decisao nos mais duvidosos e espinhosos.
Os que se embaraçam com os mais correntes e ficam perplexos
com os mais simples sao miseraveis.
Quando dizem que a lei ó insuficiente para reprimir desordens, devem
propor outra, mostrando a insufficiencia d'aquella, .on deixar os
seus logares quando se lhes mostra que elles sao incapazes de fazer o
que o seu paiz exige d'elles, ou porque nao sabem, ou porque estao em
connivencia com os perturbadores, ou facçoes a que elles pertencem.
Moeda.—E um mero instrumento de commercio.
Monopolio.—O monopolio effectivo é condemnado sempre em
economía politica, porque o final objecto d'esta soiencia é reduzir o
preço corrente por interesse do consumidor e do productor; naquella
reduceao ganha o consumidor, porque pelo mesmo valor obtem maior
quantidade de uma mercadoria, ou maior somma de mercadorias; e
ganha o productor, nao só porque despendeu menos na prodúccXo,
mas, com o augmento do consumo, deu extensao á producçao, e por
este modo cresce a prosperidade e riqueza nacional.
Dizem que a Inglaterra deve a sua prosperidade ao monopolio
com as suas colonias. O contrarío é o facto, porque o consumo nunca
foi tao vantajoso á Inglaterra senSo depois da independencia da America
do Norte.