15.04.2013 Views

josé da silva carvalho - DSpace CEU

josé da silva carvalho - DSpace CEU

josé da silva carvalho - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ie<strong>da</strong>de nao é tao sacramental que se nSo possa perder pelo facto<br />

dos paes. Em Inglaterra, os filhos nascidos depois que o pae commetteu<br />

o crime de alta traicáo nao podem ser pares. Isto acontece em Ingla­<br />

terra, onde a origem do pariato é differente, porque é feu<strong>da</strong>l; esses<br />

pares fizeram-se a si mesmos; o pariato está ligado a certos títulos,<br />

castellos e térras, de modo que com estas passa sempre para os novos<br />

possuidores. Em Portugal foram nomeados pelo rei, sem mais attençao<br />

alguma do que ver seus nomes no almanach.<br />

Este caso de Portugal ó novo na historia; jamáis se podia pensar<br />

que os homens e os filhos d'estes que rasgaram a lei fun<strong>da</strong>mental<br />

<strong>da</strong> monarchia viessem reclamar direitos provindos d'essa lei.<br />

Na revoluçao de julho de 1830 em Franca, todos os pares que<br />

haviam sido nomeados por Carlos X, sem distincçao, foram declarados<br />

como se nunca tivessem existido. (Vide as deliberaçoes <strong>da</strong>s duas cá­<br />

maras, de 7 de agosto d'esse anno, no Annuario Histórico de 1830.)<br />

O rei na Carta Constitucional de 14 de agosto d'esse mesmo anno,<br />

que man<strong>da</strong>va vigorar a de 1814 com as alterayoes naquella declara<strong>da</strong>s,<br />

lá traz o artigo 25.°: «A nomeaçao dos pares de Franca pertence ao<br />

rei; pode nomeal-os vitalicios ou hereditarios, segundo a sua von­<br />

tade». No artigo 68.°: «To<strong>da</strong>s as nomeacoes e criaç3es novas de<br />

pares, feitas por Carlos X, sao declara<strong>da</strong>s nullas e como se nunca<br />

tivessem existido».<br />

Onde ficou aqui a hereditarie<strong>da</strong>de dos pares? (Vide o dito Annuario<br />

Histórico.) Luiz Filippe depois fel-os todos vitalicios.<br />

O decreto do Libertador, de 28 de maio de 1834, foi executado<br />

nessa sessíío a respeito do conde de Paraty. (Vide a Gazeta de 12 de<br />

setembro d'esse anno e o que disse o duque de Palmella e o conde<br />

<strong>da</strong> Taipa.)<br />

Conselho d'Estado.—No Conselho d'Estado de 18 de feve­<br />

reiro de 1842, votei contra o projecto <strong>da</strong>s guar<strong>da</strong>s nacionaes, por ser<br />

opposto á lei de 29 de marco de 1834, e porque o governo nao podia<br />

fazer leis. Disse que eu tinha como opiniao minha o nao admittir força<br />

senao a de linha, e que, se me propuzessem urna segun<strong>da</strong> linha e a<br />

necessi<strong>da</strong>de de a formar, votaría por ella, porque nao gostava <strong>da</strong>s<br />

armas ñas máos dos povos.<br />

Costa Cabral disse que tinha tido muitas representaçSes, em que<br />

lhe annunciavam que se pretendia destruir a Carta, e que era neces­<br />

sario tirar as armas <strong>da</strong>s maos <strong>da</strong> guar<strong>da</strong> nacional que ain<strong>da</strong> as tinha,<br />

e que por isso elle quería destruir a guar<strong>da</strong> nacional, e francamente<br />

o dizia, e criar em logar d'ella as milicias, debaixo d'aquelle nome,<br />

o que faria, para que depois nüo tomasse a existir e a organisar-se<br />

a mesma guar<strong>da</strong> nacional. Votei contra.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!