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josé da silva carvalho - DSpace CEU

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«Teudo Bido retar<strong>da</strong>do por causa do mau tempo o barco de vapor County of<br />

Pembrole, só bontem á noite recebi o officio reservado de v. s. 1<br />

, sob o n.° 15, com<br />

a <strong>da</strong>ta de 2 de abril, e o tratado junto, concluido entre as cortes de Portugal,<br />

Hespanba, Franca e Inglaterra, com o protesto apresentado por v. s.» relativamente<br />

ao titulo de infante <strong>da</strong>do ao sr. D. Miguel, o que tudo parcceu muito bcm<br />

a S. M. I. Por maior que seja comtudo o desejo de enviar quanto antes a v. s. 1<br />

a<br />

ratificaran do mesmo tratado, como ha formali<strong>da</strong>des importantes a preencher,<br />

sendo de to<strong>da</strong>s a mais essencial o ouvir a opiniáo do conselho d'estado, torna-se<br />

absolutamente impraticavel empregar em tudo menos de oito dias, e só entáo<br />

podcrá partir o coronel De Gaut com a ratificacáo formal; mas para que se nao<br />

siga inconvenientes d'esta inevitavel demora, S. M. I. me auctorisa para dizer<br />

a v. s.* que pode declarar oficialmente, aos ministros <strong>da</strong>s potencias signatarias<br />

do tratado, que elle será approvado e ratificado em to<strong>da</strong>s as suas partes e que<br />

nesta hypothese se podem <strong>da</strong>r as disposiçoes para o levar a effeito.<br />

«Tenho a satisfacáo de assegurar a v. s." que tanto S. M. I. como o governo<br />

em geral teem em consideraçao os motivos por que v. s.* se determinou a assignar<br />

o mesmo tratado, sem para isso ter recebido cxpressamente os plenos-poderes, e<br />

S. M. I. me cncarrcga de louvar o zelo e intelligencia com que v. s.* concluiu<br />

esta negociacáo, salvando a independencia e digui<strong>da</strong>de nacional, para o fim de<br />

manter e assegurar a estabili<strong>da</strong>de do tbrono <strong>da</strong> Rainba e a prompta restauraçao<br />

do socego e trauquili<strong>da</strong>de d'este Reino.»<br />

Miraflores, como sabemos, já se contentava com o apoio moral <strong>da</strong> Inglaterra,<br />

no caso d'ella nao poder intervir pelas armas. No tratado, a pouco mais annuiu<br />

o gabinete inglez obrigando-se a prestar-nos auxilio naval (art. 3.°). A Franca,<br />

prometteu a sua cooperaçao, quando lhe fosse requisita<strong>da</strong> (art. 4.°). Para que se nao<br />

pude8sc zombar dos compromissos contrahidos pelas duas grandes potencias<br />

signatarias do tratado, pondo em evidencia quanto tinham de platónico, desejou<br />

o ministro de Hespanba que desembarcassem algumas forças inglezas em Portugal,<br />

mais com a idea de produzir effeito do que para entrarem em operaçoes.<br />

Christovam Pedro de Moraes Sarmentó, que já recebera as ordens de evitar a<br />

intervencáo arma<strong>da</strong>, fácilmente conseguiu demovel-o d'aquella idea, ponderandolhe<br />

que com o auxilio <strong>da</strong> Hespanba era inevitavel a derrota dos infantes, e que<br />

muito mais brilbante seria e muito mais lisongeiro para o brio peninsular que a<br />

lucta se terminasse sem auxilio de estranhos. Este era o grande empenbo dos<br />

portuguezes e dos bespanhoes, e tanto que, emquanto em Londres se discutem<br />

planos de amnistía e se trocam ratificaçoes, os governos de Portugal e de Hespanha<br />

impeliem para a frente os seus generaos, que, de victoria em victoria, forçam<br />

por fim o partido miguelista a render-se e a aeccitar, em 26 de maio, a concessSo<br />

de Evora Monte, que poz termo á lucta e deu a amnistía aos vencidos.<br />

A energia e independencia dos ministros de D. Pedro,—que ñas suas medi<strong>da</strong>s<br />

patrióticas iam cortando a direito, importando-Ibes pouco que ellas ferissem os<br />

interesscs inglezes, contanto que fossem justas e concorressem para a prosperi<strong>da</strong>de<br />

nacional,—e a intençao evidente de escapar ás exigencias estrangeiras e<br />

de dispensar o seu auxilio, revela<strong>da</strong> na rapidez dos movimentos militares e na<br />

impaciencia com que o ministro <strong>da</strong> guerra os accelerava,—causavam a exasperacáo<br />

do governo inglez, que volta á carga com as suas diatribes contra os ministros<br />

portuguezes. Porém ellcs nao affrouxaram: nao conheciam o medo, e á gratidáo<br />

nao se julgavam obrigados. A 20 de maio, dizia Freiré ao nosso ministro em Madrid<br />

que o governo inglez se mostrou muito indignado por causa do decreto de 18 de<br />

Abril que egualou os direitos de entra<strong>da</strong>, porque feria os privilegios inglezes;

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