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josé da silva carvalho - DSpace CEU

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Outubro. — Dia 18.— Hontem recebi um convite do ministro <strong>da</strong><br />

justiça para ir pela uma hora <strong>da</strong> tarde á secretaria, para uma confe­<br />

rencia a bem do serviço. Fui, e propoz elle, perante os conselheiros<br />

d'estado, menos o duque de Palmella, R. <strong>da</strong> Fonseca Magalháes, Chan­<br />

celleiros e Villa Real, que nao estiveram presentes, se haveria logar a<br />

transferencias de juizes que tinham pegado em armas, presidido a<br />

juntas, ou comman<strong>da</strong>ram batalhoes, anteriores aos decretos de 28 de<br />

abril e 29 de junho de 1847 e portaría de 7 de julho do dito, que lhes<br />

perdoou e os mandou restituir aos seus logares. Eu respondi que nao<br />

havia logar a taes transferencias. Os mais que sim, por bem do ser-<br />

vico publico.<br />

Dia 19. — No dia 18 á noite, recebi offieio para ir ao Conselho<br />

do dia 19 pelas 11 horas <strong>da</strong> man lia. Fui, e lá votei contra as<br />

transferencias, porque me pareceu que se nao podia admittir o prin­<br />

cipio adoptado pelos que votaram & favor, de que nao podia conser­<br />

var-so no logar o que tivesse organisado foreas, sido presidente de<br />

juntas revolucionarias, ou comman<strong>da</strong>do batalhoes para auxiliar a revo-<br />

• luçao de 9 de outubro de 1846; commigo votou o duque de Palmella<br />

e Rodrigo <strong>da</strong> Fonseca Magalháes. Fundámo-nos nos decretos de 28 .<br />

de abril, 29 de junho e proclamacáo de 9 do dito mez, de 1847.<br />

Accrescentei que as transferencias que se propunham nao podiam<br />

reviver, porque, tendo-se sobre ellas man<strong>da</strong>do consultar o Tribunal de<br />

Justiea pela portaría de 13 de outubro de 1847 e devendo guiar-se<br />

pela lei do 1.° de julho de 1843, elle tinha redon<strong>da</strong>mente consultado<br />

contra; e assim que este negocio estava acabado, porque as consultas<br />

fizeram-se e subiram ao governo antes do fim de março e meado de<br />

abril do presente anno. Tinham-se man<strong>da</strong>do portarías aos governado-<br />

re8 civis para de novo informarem a respeito d'esses juizes em setem­<br />

bro passado, mas nao foram ouvidos depois os juizes como deviam<br />

ser pela nova lei <strong>da</strong>s transferencias, e elles poderiam allegar que já<br />

nao podiam ser consultados novamente, uma vez que, tendo-o sido<br />

pela lei do 1.° de julho de 1843, o Tribunal os nao tinha consultado<br />

entáo por maioria como era necessario, mas sim redon<strong>da</strong>mente contra.<br />

Nestas novas informaçoes que se tomaram dos governadores civis,<br />

ain<strong>da</strong> que ellas dizem que com eífeito se complicaram os juizes na<br />

revolucáo, to<strong>da</strong>via elles tinham ganho na opiniao dos povos, mas nem<br />

isto se attendeu, nem a representacáo do povo de Guimaraes assi-<br />

gna<strong>da</strong> pelo proprio governador civil e por mais de 2:000 pessoas,<br />

pedindo a conservacáo do juiz, nem a defesa que anteriormente tinham<br />

<strong>da</strong>do, dizendo que se armaram o povo foi para segurança <strong>da</strong> térra e<br />

obstar á tentativa miguelina que se generalisou por todo o Minho.<br />

Na<strong>da</strong> disto valeu para o Patriarcha, duque <strong>da</strong> Terceira, Sal<strong>da</strong>nha,

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