josé da silva carvalho - DSpace CEU

que sao causa das nossas desgraças e miserias, mostrando-Ihe por
factos que seus fins nao sao o bem, mas sim o mal para a naçSo.
Adeus, meu bom amigo; disponba da sincera vontade de quem
por estima e respeito, é, de v. ex. a
, amigo verdadeiro e creado obrigadissimo.
= Antonio Dios de Azevedo.
DOC. CDXLV
Carla de José Maria O'Neill a Silra Carralfao
Lastimando o estado desgranado dos negocios públicos
Lisboa, 16 de abril de 1837.
Ex. mo
sr. e amigo.—Aproveito táo boa occasíáo para lhe dizer
que sempre saudosos nos lembramos dos amigos.
Isto por cá ainda está em pé, mas muito ábranle, e na mesma
cámara vae apparecendo muita opposicáo ao ministerio, que por todos
os lados se acha rodeado de embaraços. Conclnin-se o resto do emprestimo
dos 400 contos, recebendo o governo na proporcáo de 100
contos em dinheiro contra lettras do Contrato, 100 de divida antiga,
que vale 12 por cento, contra inscripçSes de 4 por cento, e 40 dé
divida corrente, qne vale 40 por cento, contra bilhetes da Alfandega,
se estou bem informado. Deve-se muito á Rainha, Guarda, e Cámara
Municipal, tropa, etc.: de maneira qne estes 400 contos váo-se logo,
e os memores rendimentos, que deveriam entrar em poneos mezes,
estao absorvidos.
As nossas notabilidades continuam a ser as mesmas: Leonel, Mantas,
Franca, Midozi, Garrett, etc. A dnqueza de Palmella parte para
esta pelo Transit. N&o sabemos que tempo isto ha de durar. A Rainha
e o Principe estao em urna posiçao bem triste; entretanto elles e as
nossas reláceles com a Inglaterra sao a única taboa de salvacáo. Atrás
d'este ministerio ha de vir outro peor. É preciso ver se a molestia
faz orise, porque alias remedios nao os ha que se lhe possam applicar.
Becommende-me muito a sua familia e aos amigos, e creia que son
sinceramente, de v. ex. a
, amigo muito obrigado.=O'Neill.