15.04.2013 Views

josé da silva carvalho - DSpace CEU

josé da silva carvalho - DSpace CEU

josé da silva carvalho - DSpace CEU

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1834, já impellc Martínez de la Rosa para a ban<strong>da</strong> dos progressistas, emquanto<br />

lhe nao dá por successor o demócrata Mendizabal, cliente <strong>da</strong> Inglaterra.<br />

A causa <strong>da</strong> dictadura portugueza estava livre <strong>da</strong> opposicáo do gabinete de<br />

Londres, porque, como ponto de apoio para fomentar o espirito democrático em<br />

Hespanha, reprcsentava ja um intercsse inglez importante. Lord Palmerston e<br />

lord Howard de Walden váo, por fim, fazer justiça a Carvalho, a Freiré e a<br />

Mendizabal, a quem, pouco antes, tinham qualifícado de revolucionarios inhabeis e<br />

turbulentos!—Opportuuismo proveitoso, mas bem falto de digni<strong>da</strong>de!<br />

Comtudo, emquanto os diplomatas inglezes, em Portugal e em Hespanha,<br />

fomentam a uniao <strong>da</strong>s causas <strong>da</strong>s duas rainhas e instigam Martínez de la Rosa,<br />

lord Palmerston nao encobre o ciume que lhe causa a accáo independente <strong>da</strong>s<br />

armas hespanholas em Portugal e procura outra solucáo. Dá-lhe tempo a perplexi<strong>da</strong>de<br />

do ministro hespanhol, que para se decidir aguar<strong>da</strong> que lhe cheguem<br />

de París e de Londres noticias animadoras, transmiti<strong>da</strong>s pelos novos plenipotenciarios,<br />

Frias e Miraflores.<br />

Nao desdiz <strong>da</strong>s intençoes e do systema de lord Palmerston o procedimento<br />

do seu ministro em Lisboa. Ao commuuicar, em 19 de marco, ao ministro dos<br />

negocios estraugeiros um ofticio de Villiers sobre o bom acolhimento que o<br />

embaixador portuguez tivera em Madrid, lord Howard enviou-lhe juntamente um<br />

projecto de coucessoes, «como (diz o ministro) nunca ninguem se lembrou de exigir<br />

de D. Miguel e que eram as condiçoes sem as quaes entendía que o seu governo<br />

nao consentiría na entra<strong>da</strong> de um sol<strong>da</strong>do hespanhol em Portugal».<br />

O ministro portuguez queixa-se para Londres do procedimento de lord<br />

Howard, no ofticio reservado u.° 28, de 29 de março. Nelle estranha a contradicçao<br />

que ha entre as boas e amigaveis disposiçoes que lord Palmerston nao tem deixado<br />

de patentear, em favor <strong>da</strong> causa e do governo de S. M., e «as pretençoes, doutrinas<br />

e modos que lord Howard tem assumido, tanto para embaraçar a boa marcha que<br />

váo ou iam até agora levando as nossas negociaçoes com a Hespanha, de accordo<br />

com o gabinete inglez, cora o seu ministro aqui, — lord Russell, e cora mr. Villiers<br />

em Madrid, como tambera, segundo parece, para ver se perturba a boa intelligencia<br />

que existe entre os dois governos, e a regulari<strong>da</strong>de cora que até agora se tem<br />

discutido as pendencias occorrentes, meramente administrativas. . . Vira lord<br />

Howard com instrucçoes secretas para perturbar esta harmonia? Nao posso<br />

acredital-o, á vista do que v. s.* refere, ain<strong>da</strong> neste ultimo ofticio, <strong>da</strong>s suas<br />

conferencias cora lord Palmerston. Obrará elle de seu proprio arbitrio? Ou será<br />

influido pelo visconde de Meagherque tem sido sempre o suggeridor e fomentador<br />

de quantas pretençoes injustas e desarrazoa<strong>da</strong>s aqui téem produzido ha muitos<br />

annos os ministros e cónsules inglezes? Em qualquer dos casos, deve-se esperar<br />

que nio seja approva<strong>da</strong> a sua conducta, pelo governo británico. Pouco tempo<br />

bastará para se conhecer de onde vera esta novi<strong>da</strong>de». Em segui<strong>da</strong>, repete as<br />

queixas queja no despacho n.° 27 tinha feito, e diz tambem, referindo-se ás concessoes<br />

propostas por lord Howard 2<br />

: «como nunca o governo inglez se lembrou<br />

1<br />

Vice-consul inglez.<br />

2<br />

«Lord Howard... ponderou que as tropas hespanholas nao podiam entrar<br />

em Portugal sera consentimento <strong>da</strong> Inglaterra, a qual tinha o direito de exigir<br />

do governo portuguez que se fizessem todos os esforços para se obter urna capitulacáo<br />

do cxercito de D. Miguel em termos taes que, debaixo <strong>da</strong>s circumstancias<br />

peculiares do caso, fosse considera<strong>da</strong> justa e benigna pelo governo inglez: e para

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!