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josé da silva carvalho - DSpace CEU

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e quer mcttcr mcdo a Sarmentó, «mas o governo está disposto a responder com<br />

a maior euergia» . . . «Elles quando viraiu a questáo a decidir-se vieram com o<br />

tratado em favor do mais forte».<br />

E admiravel de vigor e patriotismo a resposta ao offieio em que Moraes Sarmentó<br />

se queixa <strong>da</strong>s insolencias de lord Grey e de lord Palmerston:<br />

«O offieio de v. s.», n.° 18 reservado, causou a S. M. I. o duque de Bragança,<br />

Regente, e ao seu ministerio, nao pequeña e^tranheza pela singulari<strong>da</strong>de<br />

do comportamento que tiveram com v. s.* os ministros de S. M. 13., no dia<br />

7 do corrente, convi<strong>da</strong>ndo um a v. 8.* para lhe ouvir invectivas destempera<strong>da</strong>s<br />

e gratuitas, contra o governo de S. M., e aproveitando outro a occasiáo mais<br />

impropria e indecente, um levee de S. M. B., para carregar a v. s.* <strong>da</strong>s mesmas<br />

exprobaçoes, sem causa apparente legitima ou justifica<strong>da</strong> para tamanho<br />

desabrimento. . . e nao havendo motivo para lord Palmerston e os outros ministros<br />

estigmatisarem o governo de S. M. F. de ingrato e hostil para com o de<br />

S. M. B., ajuntando ameaeas de retaliacáo, sem to<strong>da</strong>via nem um d'elles produzir<br />

factos positivos em que se fuu<strong>da</strong>sse nem direitos que tivesse para queixar-se<br />

de nos, e, observando mais que os ditos ministros possuidos <strong>da</strong> paixao<br />

com que fallavam nem sequer <strong>da</strong>vam a v. s.* logar para explicar nem rebater<br />

as suas accusaçoes, ordena o mesmo Augusto Senhor que, se v. s.* em alguma<br />

occasiáo futura de conferencias ou conversas com os ministros inglezes lhes<br />

perceber disposiçocs para reuovarem semelhantes scenas, trate de por termo<br />

á couversacáo pelo modo mais prompto que for possivel, dizendo que nao pode<br />

ouvir ataques contra o seu governo sem lhe ser pennittido replicar, e que aecusaçoes<br />

táo graves, como sao as de iugratidáo do governo portuguez e animo<br />

hostil contra o de S. M. B., só poderáo ser attendi<strong>da</strong>s por v. s. a<br />

se lhes forem<br />

communica<strong>da</strong>s por escripto de modo qi.«j as possa transmittir ao seu governo<br />

para elle as tomar na devi<strong>da</strong> eonsideracáo.<br />

«Nao devo deixar de alludir aqui á declaracáo dos principios políticos d'esse<br />

gabinete, que fez a v. s.* lord Grey; porque 6 d'ella que se pode colligir a<br />

ver<strong>da</strong>deira causa <strong>da</strong> sanha do ministerio» Esse governo tiuha sem duvi<strong>da</strong> concebido<br />

a nosso respeito esperancas que teme se lhe nao realisem. Declarou lord<br />

Grey a v. s. J<br />

que o governo inglez nao faz a guerra nem sacrificios de especie<br />

alguma por este ou aquelle soberano, este ou aquclle ramo de dynastia; mas<br />

sómente a favor d'aquelle cujas relaçoes lhe forem mais proveitosas. Muito mal<br />

parece que durante a existencia dos tratados de amizade, alliança c garantía com<br />

este paiz, cujas estipulaçoes estáo continuamente a ser invoca<strong>da</strong>s pelos inglezes,<br />

declare o primeiro ministro británico estes principios a v. s.*! Nos, porém,<br />

muito bem o sabíamos, os temos observado e visto praticar; mas faça-nos o<br />

governo inglez tambem a justiça de se persuadir que os portuguezes que ha<br />

tanto tempo téem aventurado a sua vi<strong>da</strong> e os seus bens para restituir a liber<strong>da</strong>de<br />

á sua patria e o throuo legitimo á legitima soberana, nunca trabalharam para<br />

derrubar o usurpador portuguez com a idea de sujeitar o seu paiz ás vistas<br />

interessa<strong>da</strong>s de alguma nacáo estraugeira. Fará v. s.* d'estas observaçoes o uso<br />

conveniente.»<br />

Peraute o brio e o valor de coraeoes táo portuguezes, que triste figura nao<br />

fez o utilitarismo británico?!. . .<br />

Já no offieio n.° 43, de 18 de maio, A. J. Freiré se queixava de que desde<br />

1807 Portugal tivesse sido constantemente explorado por estranhos, condemnava<br />

o tratado de 1810 e mostrava-se disposto a nao deixar que a sua patria continuasse<br />

a ser assim ludibria<strong>da</strong>!

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