josé da silva carvalho - DSpace CEU

Isto é o mais essencial das instrucçoes a sir H. Seymour. Alguma
outra clausula aqui esquecida é por certo de importancia muito secundaria.
Alguma cousa se presume providenciada para o caso da
rejeicáo da Rainha, mas nao sei o que ó nem mesmo se tal medida
está decididamente determinada.
N. B. D'estas instrucçSes se den conhecimento a Sua Magestade
no mesmo dia, mas o encarregado de negocios de Hespanha foi ao
paco e, tendo dito (se disse, porque tinha ordem de tal nao dizer)
que o seu governo fazia apromptar 12:000 homens para virem em
auxilio da Rainha contra os seus subditos dissidentes, esta noticia se
revestin de quantas exaggeraçoes lembraram, corroboradas por urna
carta de J. R. da C. Cabral, escripia por seu irmáo o conde de
Thomar.
Mas sabe-se que o mesmo encarregado de negocios declaron que o
seu governo aconselhava á Rainha que fizesse concessoes, e se collocasse
em termos de ser acceite o favor offerecido, para que, se o nao
fosse, pudesse contar com o auxilio das forças hespanholas.
Dia 13.—Honve no reino um conselho de todos os ministros
d'estado, que convocaram o visconde de Laborim, J. A. de Miranda,
J. Joaquim Gomes de Castro, Felgueiras, Leítáo, Azevedo e Mello,
Ottolini, Ferráo, Bayard e Renduffe para os ouvirem sobre as condiçoes
que os inglezes propunham para com a sua interferencia acabar a
guerra civil, e eram ellas: 1. a
Amnistia geral; 2. a
Revogacáo dos
decretos anti-constitucionaes publicados desde 6 de outubro para cá;
3. a
Chamamento immediato de cortes 1
; 4. a
Formacáo de nova administracáo
em que nao entrem nem cabralistas, nem junteiros do Porto.
N. B. Pedirei no Conselho d'Estado os originaos papéis e verei se
se usa da palavra «cabrals» ou «cabralistas», porque en tendo que
usando-se da palavra «cabrals» se entende—familia Cabral.
Visconde de Laborim e Férráo foram os primeiros que fallaram,
e opinaram que as condiçSes eram inadmissiveis, e que sería fazer
passar a nacáo pelas forcas candínas o acceital-as. Os outros opinaram
em sentido moderado, declarando que as condiçoes deviam ser moderadas
e modificadas, e que d'isso se tratasse. O procurador da corda
disse qne os seus estudos eram de jurisprudencia e que do mais pouco
ou nada entendía, que este negocio só o ministerio o podia'decidir, o
qual, no caso de ver que nao havia outro remedio para acabar a
guerra civil, o que era de absoluta necessidade, entáo qne acceitasse
a mediacáo como se lhe propunha. Afinal, depois de os ministros
fallarem, todos convieram que, visto haver-se pedido a intervencáo
armada, se devia acceitar o que nos offerecia a Inglaterra, de preferencia
a qualquer outra nacáo, procurando por todos os meios diplo-