josé da silva carvalho - DSpace CEU

pela administracáo passada era o mais vantajoso, lhe desse o comité
405 contos de réis agora, á conta, que elle promettia fazer passar
ñas cortes esse mesmo plano da administracáo passada!! (Palha o
disse em confidencia a meu irmao). E depois annullaram o decreto
que as mandou vender!!
O que fiz primeiro foi conhecendo que, na grande massa dos bens
nacionaes que naquella epocha havia a vender, se comprehendiam
propriedades de grande valor, cuja venda podia efíectuar-se com van-
tagem muito maior da Fazenda, do que a que se podia tirar pelo modo
estabelecido na lei de 15 de abril de 1835, e por outro lado, reconhe-
cendo os grandes apuros do Thesouro, fiz examinar este negocio na
reparticáo competente, e sendo informado que a venda das Lezirias era
a que maior vantagem promettia, nao duvidei communicar o meu pen-
samento aos meus collegas, e com sua approvaçao passei a tratar de
realisar o meu pensamento, e admitti as propostas que a este respeito
me foram feitas por uma companhia composta de capitalistas e de
pessoas muitó intelligentes, entre as quaes se contava o sr. José Xavier
Mousinho da Silveira, que eíficazmente promoveu a execucáo da pro-
jectada venda como homem que bem reconhecia as suas vantagens.
Escuso de referir particularidades que ainda hoje estáo presentes na
memoria de todos. Para o caso em questáo, basta observar que as
propriedades de Samora e Belmonte, e quinta da Murteira, antes
possuidas pela Casa do Infantado e comprehendidas nos almoxarifados
d'aquelles nomes, tinham sido annunciadas para a venda na lista 21. a
,
publicada em execucáo do decreto de 3 de novembro de 1835; que
tendo eu sahido do ministerio em 18 d'este mesmo mez, o meu illustre
successor mandou suspender a arrematacáo por motivo das duvidas
que se tinham suscitado acerca da execucáo do decreto, e continuou
a tratar da venda debaixo das mesmas bases por mim adoptadas, sendo
nella comprehendidas todas as propriedades anteriormente enunciadas:
promulgada a lei de 16 de marco de 1836, que para satisfazer as
despesas do Thesouro mandou vender todos os terrenos das Lezirias do
Tejo e suas pertenças, assim como as do Sado, publicou-se novamente
a lista em que mencionaran! os bens dos almoxarifados de Samora,
Belmonte, e Murteira; aqui devo declarar que me conformei em todo
este negocio com o parecer do meu amigo procurador geral da fazenda
Marciano de Azevedo, cujo voto ninguem duvidará que era por todos
os titulos competente na materia; este entendeu, segundo me lembra,
que as propriedades rendosas, que pertenciam ao almoxarifado de
Samora e Belmonte, por nenhum modo podiam classificar-se entre as
de recreio reservadas para Sua Magestade, conforme o decreto de 18
de marco de 1834, mas rigorosamente pertenciam á Fazenda, e como