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josé da silva carvalho - DSpace CEU

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do atrazado. O mesmo ao empregado, ao fornecedor, aos asylos, etc.<br />

A estes, porém, poderiam passar-se títulos com vencimento de juros,<br />

quando elles preferissem isto á morosi<strong>da</strong>de dos pagamentos em es­<br />

pecie, e os juros nao deveriam ser mesquinhos, porque todos estes<br />

credores sao dignos <strong>da</strong> maior attençao. Esta generosi<strong>da</strong>de nos juros,<br />

e o crédito que o desenvolvimento de to<strong>da</strong>s as partes d'este systema,<br />

e sua franca publicaçao produziria, <strong>da</strong>ría naturalmente valor a seme-<br />

lhantes papéis, e faria ca<strong>da</strong> vez mais appetecivel este meio, que, ao<br />

mesmo tempo que alliviava o Thesouro, traria á circulacáo valores<br />

estagnados.<br />

Resta saber como se hao de satisfazer, ou que quantias se applicam<br />

para as quotas que ficam por solver <strong>da</strong> despesa annual.<br />

Todo o excesso <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> que desde agora se destinar á despesa<br />

do anno é exclusivamente applicado ao pagamento <strong>da</strong>s referi<strong>da</strong>s quotas,<br />

na mais severa proporçao, ou este excesso seja proveniente do maior<br />

rendimento <strong>da</strong>s casas fiscaes, ou de novos tributos que seja possivel<br />

ir lançando, sem, como ácima digo, entorpecer o desenvolvimento <strong>da</strong><br />

industria nacional. As cértes deverao entao decidir se esse surplus<br />

deverá ser applicado directa e simplesmente para a quota que vae<br />

ficando em divi<strong>da</strong>, ou se sobre elle se deverá levantar o emprestimo<br />

correspondente, para mais rápi<strong>da</strong>mente effectuar o pagamento d'ella.<br />

Sendo o surplus de um carácter permanente, e tendo o crédito<br />

progredido de maneira que se pudesse obter dinheiro a termos razoa-<br />

veis, a minha opiniao seria pelo emprestimo, porque um emprestimo<br />

nunca é pesado quando a naçao cria meios certos e suaves para o<br />

juro e amortisacaío; antes, dividido o seu producto pelas pessoas que<br />

a elle téem direito, é evidente que nao ha de ficar ñas maos d'ellas<br />

improductivo. Entretanto, é este um ponto que a seu tempo se pode<br />

discutir com vagar.<br />

Escusado ó dizer-lhe que esta nao seria a minha opiniao ha dois<br />

annos, quando tinhamos crédito, e quando á sombra d'elle, com urna<br />

cámara que nos nao fosse hostil, poderiamos ter achado os recursos<br />

necessarios com mais facili<strong>da</strong>de do que os achou a Franca, a Bélgica,<br />

e a Hollan<strong>da</strong>, cujas circumstancias eram comparativamente peores.<br />

Porém este crédito apagou-se, e apenas agora o receio <strong>da</strong> anarchia<br />

fez saltar urna faisca que nao será mais que a melhora <strong>da</strong> morte se<br />

d'ella nos nao aproveitarmos.<br />

As reducçoes, por maiores que as imaginassemos, nunca chegavam<br />

a equilibrar a receita com a despesa, porque jamáis se pensou tocar<br />

na verba dos juros, que ó consideravel, e muito pouco se tocou na do<br />

exercito, ain<strong>da</strong> maior. Agora, porém, que os bond-holders, tanto na­<br />

cionaes como estrangeiros, téem visto eminente o perigo <strong>da</strong> sua pro-

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