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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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vida japonesa. "No Japão, um grupo local (econômico) é o<br />

único grupo ao qual o indivíduo pertence"... pois, "ninguém<br />

pertencerá a <strong>do</strong>is grupos permanentes, cujos sistemas sejam<br />

teoricamente opostos e basea<strong>do</strong>s em critérios distintos tais<br />

como: descendência e localidade"(Nakane, 1967, p. 171).<br />

Existe, pois, a superposição <strong>do</strong>s critérios de parentesco e<br />

residência, sem que a linha de descendência se prolongue além<br />

<strong>do</strong>s limites da localidade. Este aspecto é também aponta<strong>do</strong> por<br />

Brown, quan<strong>do</strong> analisa a formação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>zokunos quais, para<br />

a inclusão de novos membros, o local de residência é decisivo:<br />

- "nem to<strong>do</strong>s os grupos <strong>do</strong>mésticos deriva<strong>do</strong>s da família central<br />

(bunkê) são incluí<strong>do</strong>s no <strong>do</strong>zoku; o que mantém alguns fora<br />

dele é o critério de residência... Em Nakayashiki, a participação<br />

no <strong>do</strong>zoku está limitada aos grupos <strong>do</strong>mésticos <strong>do</strong> mesmo<br />

povoa<strong>do</strong> ou de povoa<strong>do</strong>s imediatamente adjacentes. Uma caminhada<br />

de 10 minutos separa os membros mais distantes de<br />

qualquer <strong>do</strong>zoku" (Brown, 1966, p. 1 135).<br />

Percebe-se bem o regionalismo da vida japonesa, com sua<br />

mistura de parentesco e dependência econômica, sempre definidas<br />

dentro de estreitos limites territoriais. Defini<strong>do</strong> como<br />

grupo localiza<strong>do</strong>, o <strong>do</strong>zoku utiliza a propriedade e o parentesco<br />

ordena e fornece a hierarquia para seu funcionamento.<br />

Justamente por demonstrar este caráter local da organização<br />

social japonesa, Nakane minimiza a importância <strong>do</strong> parentesco<br />

porque o vê submeti<strong>do</strong> aos critérios de cooperação e<br />

residência, sem ir além de seu <strong>do</strong>mínio econômico. Na verdade,<br />

Nakane toma como ponto de partida uma concepção estreita<br />

(ainda que analiticamente correta) de descendência. A<br />

partir daí afirma a inoperância deste princípio privilegian<strong>do</strong> a<br />

participação cooperativa em grupos com funções econômicas<br />

definidas. Diz ela: "A diferença crucial entre minha análise e<br />

as interpretações <strong>do</strong>minadas pelo parentesco está na aplicação<br />

<strong>do</strong> termo descendência, o qual uso em senti<strong>do</strong> estrito.<br />

Devemos distinguir o emprego freqüente <strong>do</strong> parentesco fictício<br />

no costume japonês das regras de descendência nor-<br />

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