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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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mos dizer que conseguiram realizá-la no Brasil, pois 76%<br />

<strong>do</strong>s chefes de família vin<strong>do</strong>s antes da guerra têm uma história<br />

ocupacional onde as mudanças de status são contínuas e progressivas.<br />

Apenas 11% deles não mudaram suas condições<br />

de trabalho e 13% desceram na escala ocupacional.<br />

Já não cabe dúvidas quanto à alta mobilidade social <strong>do</strong>s<br />

japoneses no Brasil. Infelizmente não há da<strong>do</strong>s que permitam<br />

uma comparação com outros grupos imigrantes, mas a impressão<br />

que fica da bibliografia sobre italianos e alemães é<br />

de que não houve uma ascensão ocupacional tão acentuada<br />

nem tão rápida.<br />

A economia em expansão da época em que chegaram os<br />

japoneses, como já vimos, abria oportunidades novas, especialmente<br />

nas zonas rurais <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo. Justamente<br />

nelas é que se concentraram os japoneses - inicialmente por<br />

uma imposição da política imigratória e, em seguida, por<br />

opção. Apenas 5,7% <strong>do</strong>s chefes de família imigrantes não se<br />

dedicaram à agricultura ao chegar ao Brasil.<br />

Assim, "em São Paulo, em 1930, apurou-se que de 89 515<br />

japoneses aqui <strong>do</strong>micilia<strong>do</strong>s, 81 663 eram agricultores, isto é,<br />

91,2%. Repartem-se em 20 780 famílias, sen<strong>do</strong> 5 829 proprietários,<br />

4 163 arrendatários, 5 267 são empreiteiros, isto é, dividem<br />

os lucros com os <strong>do</strong>nos das terras que lavram, e 5 521<br />

famílias trabalham como colonos" (Rodrigues de Mello, 1935,<br />

p. 37 - 38).<br />

Apenas 26,5% <strong>do</strong>s imigrantes que, nesta época, eram ainda<br />

em sua maioria recém-chega<strong>do</strong>s, são colonos, enquanto<br />

45% deles, apesar de não serem proprietários, estão a caminho<br />

desta situação, ten<strong>do</strong> supera<strong>do</strong> a condição de assalaria<strong>do</strong>s.<br />

Estes da<strong>do</strong>s mostram que a vida rural não deixou de interessar<br />

os japoneses depois que se libertaram da condição de<br />

colonos. O grande esforço que realizaram para adquirir independência<br />

econômica não os leva diretamente à cidade,<br />

mas sim a outra situação de trabalho, ainda na agricultura.<br />

Em 1958, entretanto, a situação já se havia altera<strong>do</strong> bas-<br />

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