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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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estava a seu dispor. Mais que totalidades culturais trocan<strong>do</strong> e<br />

reelaboran<strong>do</strong> traços, esta situação nos mostra um grupo que,<br />

desde sua chegada, participava da sociedade <strong>do</strong>minante, pois<br />

como mão-de-obra formavam parte integrante <strong>do</strong> processo<br />

econômico e não poderiam, ainda que o quisessem, manter-se<br />

culturalmente isola<strong>do</strong>s. Na condição de assalaria<strong>do</strong>s, os<br />

japoneses, como os italianos ou espanhóis, que foram seus<br />

companheiros, não podiam recriar, de mo<strong>do</strong> permanente, o<br />

conjunto de suas instituições, valores e representações. No novo<br />

cenário apenas reconstruções parciais eram viáveis e permitiam<br />

organizar grupos homogêneos onde a comunicação era fácil. A<br />

etnia aparece aqui como grupo organiza<strong>do</strong>, para a qual certos<br />

setores de suas atividades são institucionaliza<strong>do</strong>s, crian<strong>do</strong> formas<br />

associativas peculiares que só são possíveis quan<strong>do</strong> marcada<br />

por diferenças culturais e, em alguns casos, raciais. Portanto, a<br />

etnia torna-se real porque cria um sistema de relações apenas<br />

possível dentro <strong>do</strong>s limites da comunicação cultural.<br />

Nesta abordagem, a referência básica não é o sistema cultural<br />

toma<strong>do</strong> em sua autonomia, embora a análise <strong>do</strong>s aspectos<br />

culturais seja indispensável, pois a etnia se organiza como<br />

grupo e tem consciência de sua própria existência através de<br />

normas e padrões culturais específicos.<br />

Sem negar que as culturas são totalidades integradas, embora<br />

evitan<strong>do</strong> a discussão deste tema para poupar digressões<br />

à margem <strong>do</strong>s propósitos imediatos deste trabalho, procuramos<br />

entender de que maneira certas partes da cultura japonesa<br />

renasceram no País a<strong>do</strong>tivo. Ao se institucionalizar, crian<strong>do</strong><br />

relações ordenadas de mo<strong>do</strong> mais ou menos permanente,<br />

estas "partes" representam uma espécie de sumário das orientações<br />

gerais da cultura, sen<strong>do</strong> capazes, por isso, de manter as<br />

propriedades <strong>do</strong> conjunto. Foi o que observamos na permanência<br />

<strong>do</strong>s padrões de relacionamento dentro da família que<br />

revelaram valores fundamentais da tradição japonesa, assim<br />

como nas formas associativas que reapareceram com as primeiras<br />

mudanças de situação de trabalho.<br />

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