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Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do

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de família a não consangüíneos permite dar-lhes funções produtivas,<br />

assim como o alargamento da consangüinidade constitui<br />

uma unidade maior de cooperação. A multiplicidade de<br />

arranjos que esta combinação de parentescos permite, justifica<br />

a sua persistência e, por isso mesmo, vamos reencontrá-la<br />

no Brasil ordenan<strong>do</strong> as relações entre as famílias imigrantes.<br />

A existência de "famílias compostas", a que nos referimos no<br />

início deste capítulo, torna-se mais compreensível se aceitamos<br />

a liberdade com que os japoneses utilizam a consangüinidade<br />

e aceitam a participação de parentes bilaterais no grupo<br />

<strong>do</strong>méstico defini<strong>do</strong> como patrilinear.<br />

<strong>Estu<strong>do</strong></strong>s <strong>do</strong> processo de desenvolvimento japonês demonstraram<br />

a permanência das relações familiares tradicionais nas<br />

fábricas e outros empreendimentos modernos. Alguns <strong>do</strong>s<br />

grandes monopólios conheci<strong>do</strong>s como zaibatsu eram inicialmente<br />

organiza<strong>do</strong>s como <strong>do</strong>zoku e, só depois, se transformaram<br />

em organizações independentes <strong>do</strong> parentesco. Podemos,<br />

pois, admitir que este modelo ideológico mostrou sua maleabilidade<br />

no tempo, acomodan<strong>do</strong>-se a situações novas e, com os<br />

japoneses, deslocou-se para o Brasil.<br />

Valores e Relações Familiais<br />

As transformações por que passou a família japonesa, com<br />

a industrialização <strong>do</strong> país, são bem-conhecidas. Porém, muito<br />

também se tem escrito sobre a persistência de tradicionalismo<br />

nas grandes cidades <strong>do</strong> Japão e a maioria <strong>do</strong>s autores tem<br />

dificuldade em explicar a manutenção de padrões aparentemente<br />

disfuncionais para uma sociedade moderna.<br />

Sem pretender ir ao fun<strong>do</strong> da questão, mas também sem<br />

procurar evitá-la, posto que estamos discutin<strong>do</strong>, para o Brasil,<br />

uma situação que envolve mudanças socioculturais, precisamos<br />

refletir sobre o significa<strong>do</strong> destas persistências. Por um<br />

la<strong>do</strong>, é preciso perguntar, para cada situação histórica concreta,<br />

quais os padrões que são conserva<strong>do</strong>s e, por outro, como<br />

os mo<strong>do</strong>s de representação das relações entre os homens se<br />

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