Estrutura Familiar e Mobilidade Social - Estudo do
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tos, através de uma participação compulsória.<br />
A tradição de associações remonta a outras formas muito<br />
antigas, variantes de associações com finalidades religiosas e<br />
recreativas denominadas ko, e descritas por Embree (1946, p.<br />
103-115) com grande riqueza de detalhes. Ainda sobrevivem<br />
nas aldeias japonesas estes conjuntos de famílias que se reúnem<br />
tanto para organizar uma cerimônia tradicional quanto<br />
para formar um círculo de ajuda mútua e assim obter dinheiro<br />
a crédito.<br />
Com o desaparecimento <strong>do</strong> feudalismo e expansão <strong>do</strong> poder<br />
central, algumas associações tradicionais assumiram um<br />
novo caráter, resulta<strong>do</strong> da política governamental. Surgiram<br />
depois algumas novas organizações como as Associações "da<br />
juventude japonesa", "das mulheres patriotas"ou a "de Veteranos",<br />
todas revalorizadas e redefinidas com o fim expresso<br />
de fazer chegar às aldeias a ideologia nacionalista que sustentava<br />
o governo central antes da última guerra.<br />
Quase todas estas associações, entretanto, sempre se caracterizam<br />
por:<br />
1 o ) Serem quase sempre compulsórias e não voluntárias;<br />
2 o ) Tomarem as aldeias como unidade de organização;<br />
3 o ) Nelas a participação é definida por família, e cada família<br />
tem seu membro-representante.<br />
Mesmo das cooperativas agrícolas, que ganharam muita<br />
importância no Japão atual, Befu nos diz (1971, p. 90): "Ainda<br />
que legalmente associações voluntárias e presumivelmente<br />
organizadas através da iniciativa de agricultores individuais,<br />
as cooperativas são, como as associações tradicionais, organizadas<br />
na base de uma participação obrigatória, com iniciativas<br />
partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> governo local e nacional".<br />
Quanto à importância destas cooperativas agrícolas no Japão,<br />
podemos dizer, como Norbeck, que as comunidades são<br />
formadas ao seu re<strong>do</strong>r (Norbeck, 1967, p. 77). Como nelas a<br />
participação é compulsória, exercem um forte controle sobre<br />
as atividades econômicas <strong>do</strong>s grupos <strong>do</strong>mésticos e funcionam<br />
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